sábado, 26 de dezembro de 2009

Trovadorismo: 1189-1418

TROVADORISMO: 1189 -1418
As origens da literatura portuguesa remontam ao século XII, quando Portugal se constituiu como um país independente. A visão de sociedade da época era o teocentrismo, no plano religioso e o feudalismo no plano político-econômico.
Com o teocentrismo, isto é, a centralização da vida humana em Deus, expressava-se a intensa religiosidade. Com o feudalismo, os nobres que possuíssem feudos exerciam os poderes do governo por meio de um sistema de vassalagem, que era baseado numa espécie de contrato que implicava obrigações mútuas entre o senhor e o vassalo. Os vassalos obedeciam ao senhor e o serviam pela proteção e ajuda econômica que dele recebiam. Esse sistema de vassalagem refletiu-se na poesia trovadoresca, principalmente nas cantigas de amor em que o trovador se colocava normalmente na condição de vassalo da dama.
O primeiro documento literário português, datado de 1189(ou 1198) é uma cantiga de amor, “Cantiga da Ribeirinha” do poeta Paio Soares de Taveirós, dedicada a D.Maria Paes Ribeiro, a Ribeirinha.
Os poetas dessa época eram chamados de trovadores. A palavra trovador vem do francês trouver, que significa “achar”, “encontrar”. Dizia-se que o poeta “achava”a música adequada ao poema e o cantava acompanhado de instrumentos como a cítara, a lira ou a harpa. As poesias trovadorescas estão reunidas em cancioneiros
Cancioneiro da Ajuda: é o mais antigo com 310 cantigas.
Cancioneiro da Vaticana: pertencente à Biblioteca do Vaticano, com 1205 cantigas.
Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa: com 1547 cantigas.
Os principais trovadores foram: João Soares de Paiva, Paio Soares de Taveirós, o rei D.Dinis, João Garcia de Guilhade, Afonso Sanches, João Zorro, Aires Nunes, Nuno Fernandes Torneol. O mais famoso deles foi D.Dinis, o Rei do Trovador. Em 1290, ele torna obrigatório o uso da Língua Portuguesa e funda a primeira universidade em Coimbra..
A poesia trovadoresca é importante por documentar a história de nossa língua, os costume da época e por influenciar e inspirar o lirismo de poetas.
Havia dois tipos de cantiga:
1- Cantiga lírico-amorosa: cantiga de amor e cantiga de amigo.
2- Cantiga satírica: podia ser de escárnio ou maldizer.
CANTIGA DE AMOR
Quem fala no poema é um homem, que se dirige a uma mulher da nobreza, geralmente casada. Esse amor se torna impraticável pela situação da mulher. O homem sofre, coloca-se numa posição de vassalo, isto é, de servo da mulher amada. Ele cultiva esse amor em segredo, sem revelar o nome da dama, que nem sabe dos sentimentos amorosos do trovador. Ele a coloca num plano elevadíssimo, ideal. Nesse tipo de cantiga há a presença de um refrão que insiste na idéia central, exaltando um amor sem correspondência.
CANTIGA DE AMIGO
O trovador coloca como personagem central uma mulher solteira, da classe popular. Pela boca do trovador ela canta a ausência do amigo(amado, namorado) que está afastado a serviço do rei, em expedições ou em guerras. Nesse tipo de poema, aa moça conversa e desabafa seus sentimentos de amor com a mãe, as amigas, as árvores, as fontes, o mar, os rios, etc. É de caráter narrativo e descritivo.
CANTIGA SATÍRICA
Ora se chama de cantiga de escárnio, ora de maldizer. Esse tipo de cantiga procurava satirizar(ridicularizar) pessoas e costumes da época. Alguns poetas, em seus ataques agressivos, chegavam a utilizar uma linguagem de baixo nível(chula).

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