sábado, 26 de dezembro de 2009

História da Escola de Educação Básica Teresa Ramos

HISTÓRIA DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA "TERESA RAMOS"

A Escola de Educação Básica Teresa Ramos de Corupá foi inaugurada em 19 de maio de 1940, com o nome de Grupo Escolar "Teresa Ramos", em homenagem à mãe de Nereu Ramos, o então Interventor Federal.
Atualmente a escola possui 40 funcionários entre administrativo, pedagógico, professores e serventes. O quadro administrativo é composto pela diretora geral Marga Rita Dominoni, assessora administrativa Solange Baniski, secretária Jeni Garcia, assistentes técnico-pedagógicos Maria Jane Kopermann, Sirlene Maria Morais e Oslir Devalier. Além deste quadro, conta com apoio de órgãos auxiliares: Conselho Deliberativo, APP (Associação de Pais e Professores) e Grêmio Estudantil.
O corpo docente da escola é formado por 45 funcionários, destes 27 professores, educação infantil (1), 1ª a 4ª série (5), 5ª a 8ª série (9) e ensino médio (12).
O corpo discente é formado por 962 alunos, assim distribuídos: educação infantil: (47), ensino fundamental (1ª a 4ª série): 184, ensino fundamental (5ª a 8ª série): 242, e ensino médio: 489.
O objetivo da escola é proporcionar ao educando, condições para o desenvolvimento de suas potencialidades, oportunizando ao aluno a busca de conhecimento, construindo seu saber de forma elaborada, crítica e participativa.
A Escola participa de diversos projetos desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Educação de Corupá: Preservar é Amar, Reciclar é Preservar, Relação do Homem com a Natureza”. Além dos projetos, destaca-se nas participações do Café Literário, Festival de Dança e Festival Escolar da Canção, que acontecem anualmente.
A Escola Teresa Ramos possui o melhor Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), no município de Corupá. O Ideb faz parte do PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) e objetiva melhorar os índices educacionais no Brasil. A meta nacional é chegar a 5,2% em 2021.
A base de cálculo são dados da Prova Brasil, Saeb e avaliações do MEC a cada dois anos. Os municípios que atingem a meta anual recebem mais verbas (50%) no ano seguinte.
Série Ideb Brasil Ideb Santa Catarina Ideb Corupá Escola de Educação Básica Teresa Ramos
1ª a 4ª 2,8% 4,3% 4,3% 5,0%
5ªa 8ª 3,5% 4,1% 4,0% 4,8%

A Escola Teresa Ramos apresenta um bom índice, aproximando-se de escolas particulares e de outras escolas estaduais bem estruturadas como Homago, de Jaraguá do Sul, que atingiu 5,2%.

História da Escola
A escola foi fundada em 19 de maio de 1940, com o nome de Grupo Escolar Teresa Ramos. O nome é uma homenagem à mãe do então Interventor Federal Dr. Nereu Ramos, presente no ato inaugural com demais autoridades.
Teresa Ramos é a patrona benemérita da Escola. Nasceu na cidade de Faxinal, São Paulo. Casou-se em Lages com Dr. Vidal Ramos e tiveram 15 filhos. Dedicou-se pela educação do estado. O terreno do Colégio Catarinense de Florianópolis foi doado por Teresa Ramos, pois no local existia uma chácara de sua propriedade. Faleceu no dia 22 de fevereiro de 1924.
Na década de trinta um grupo de pessoas do Distrito de Hansa Humboldt, município de Jaraguá do Sul, concluiu que a prioridade do momento era um educandário de 1ª a 4ª série, que atendesse todas as crianças em idade escolar da Vila Hansa.
Os associados da Sociedade Esport Club "Die Alten", (time de futebol), num gesto altruísta doaram seus bens patrimoniais ao Estado de Santa Catarina. Era um campo de futebol situado na Rua Oswaldo Cruz (hoje Vidal Ramos, nº 75). O terreno com área de 7.040m2, era suficiente para construir um Grupo Escolar.
O empenho de autoridades locais como Carlos Tozini, Intendente Distrital, professores e pais colaboraram para o sanção da Lei nº 213, pelo Interventor Federal Dr. Nereu Ramos, autorizando a construção do Grupo Escolar.
A obra concluída tinha quatro salas de aula, portaria, gabinete de diretor, gabinete odontológico, cooperativa, sala para o museu e dois sanitários para professores. No galpão que servia de abrigo para os alunos havia sanitários de ambos os lados (masculino e feminino). Na parte superior, um gabinete de Educação Física e no lado oposto a cozinha.
A primeira pintura do prédio era padrão da época: janelas e portas verdes, paredes externas amarelas e internamente todas as dependências de branco. O primeiro diretor da escola foi o professor Edmundo Santos. Em 1941 oficializou-se o Curso Primário Complementar, com duração de três anos, correspondendo a atual 5ª a 8ª série.
O Curso Normal Regional "João do Prado Faria", funcionando anexo ao mesmo grupo, com a 1ª e 3ª séries, foi criado em 1949. Este curso visava a formação de Regentes de Ensino Primário. Os formandos da 1ª Turma em 1952 tiveram como paraninfo, o então Prefeito de Jaraguá do Sul, Sr. Artur Müller.
Em 21 de setembro de 1957, dia da árvore, foi plantada uma figueira (ficus), no centro do pátio, pelos alunos do Clube Agrícola "Alberto Torres", orientados pelo professor Waldemar Schultz, cuja muda foi adquirida do Sr. Leopoldo Seidel. Esta árvore transformou-se no emblema (símbolo da escola), que expressa força, grandeza e desenvolvimento.
Em 1964 o curso Normal Regional João do Prado Faria foi extinto em substituição ao Ginásio Normal João do Prado Faria, criado pela Lei nº 4.441, também anexo ao mesmo Grupo Escolar. A Colação de Grau da Primeira Turma do Ginásio Normal João do Prado Faria ocorreu em 1967.
A nomenclatura Escola Básica Teresa Ramos foi criada pelo decreto SEE (Secretaria de Educação do Estado) de 08 de fevereiro de 1971, nº 10.362. A mudança na nomenclatura deu-se em virtude da inclusão de todo o ciclo básico até a 8ª série.
Em 18 de abril de 1979, pelo decreto nº 7.405, Parecer 45, criou-se na escola, o 2º Grau, com a habilitação Técnico em Contabilidade, passando a denominar-se Colégio Estadual Teresa Ramos. A primeira matrícula na 1ª série somou 157 alunos, mas apenas 48 alunos concluíram o curso em 1981.
A escola já ofereceu diversos cursos de 2º Grau: Técnico em Contabilidade, Técnico em Agropecuária, Magistério e Curso Integrado (antigo científico).
No decorrer destes 68 anos, passaram pelo Teresa Ramos 21 diretores e centenas de professores que colaboraram para o desenvolvimento cultural e educacional da comunidade corupaense. Foram feitas várias reformas, ampliações e construções: abrigo de bicicletas, salão (auditório), sala de Ciências, Secretaria, seis salas de aula. Atualmente a escola possui 13 (treze) salas de aula.
De 1990 até hoje foi concluída a construção do auditório e ampliada a frente da escola com a área administrativa, construção de quatro salas de aula na área superior. Em 2002 foram concluídas mais duas salas de aula, cozinha, banheiros e cantina.
Em 2000 com a nova LDB, a nomenclatura da escola passou para Escola de Educação Básica Teresa Ramos.
Em 2002, iniciaram as obras de construção do ginásio de esportes com quadra coberta. A área construída de 1009m2 teve custo de 495.881,59 e foi inaugurada em 8 de abril de 2006. Em maio de 2006, foi implantado o projeto "Escola Aberta à Comunidade”, COMUNIDADE", encerrado no final do ano.

Linha do tempo
1949: Inauguração da escola
1941: Oficialização do Curso Primário Complementar, com duração de três anos, correspondendo a 5ª a 8ª série
1949: Criação do Curso Normal Regional João do Prado Faria, que visava a formação de Regentes de Ensino Primário
1952: Formatura da Primeira Turma do Curso Normal Regional João do Prado Faria
1957: Plantio da figueira no centro do pátio
1964: Extinção do curso Normal Regional João do Prado Faria e criação do Ginásio Normal João do Prado Faria, pela Lei nº 4.441.
1967: Colação de Grau da Primeira Turma do Ginásio Normal João do Prado Faria
1971: Uso da nomenclatura Escola Básica Teresa Ramos em virtude de incluir todo o ciclo básico (até a 8ª série)
1976: Ampliação da biblioteca Machado de Assis.
1977: Construção da cancha polivalente, em sistema de mutirão, com a colaboração de professores e alunos da Escola Apostólica "Sagrado Coração de Jesus" (Seminário), sob a orientação do então, Padre Vilberto Gianesini.
1978: Instalação do Laboratório de Ciências
1978: Pesquisa na comunidade para verificar o interesse na criação do 2º Grau. Assim,
1979: Criação do 2º Grau com a habilitação Técnico em Contabilidade, passando a denominar-se Colégio Estadual Teresa Ramos.
1981: Formatura da Primeira Turma do 2º Grau
1983: Construção da sala do pré-escolar e o parque infantil
1990 até 2000: Construção do auditório e ampliação da frente da escola com área administrativa, construção de duas salas de aula, biblioteca, sala dos professores na área superior.
2000: Uso da nomenclatura Escola de Educação Básica Teresa Ramos, em virtude da nova LDB
2002: Conclusão de mais duas salas de aula, cozinha, banheiros e cantina. Início das obras de construção do ginásio de esportes com quadra coberta
2006: Inauguração do ginásio de esportes com quadra coberta. A área construída de 1009m2 teve custo de 495.881,59 e foi inaugurada em 8 de abril de 2006.

Diretores da Escola Teresa Ramos
01- Edmundo dos Santos: 1940
02- Eugênio Marchetti: 1942
03- Antônio de Lara: 1944
04- Nicola Baptista: 1945
05- Simírames Duarte Silva Bosco: 1946-1952
06- Zélia Ozório Ewald: 1952-1974
07- Waldemar Schultz: Diretor Geral: 1974-1981
08- Elli Lennert Schultz: Diretora Geral: 1982-1985
09- Irmã Lucy Broering: Diretora de 1º Grau: 1982-1985: transferida
10- Bregitte Adler: 1985
11- Luís Carlos Schultz: Diretor de 2º Grau: 1982-1985
12- Herrmann Susenbach: Diretor Geral: 21/12/85 - 1990
13- Elísio Wedderhoff: Diretor de 1º Grau: 21/12/85 – 1990
14- Luís Carlos Schultz: Diretor de 2º Grau: 21/12/85-1990
15- Celita do Nascimento Paterno Diretora Geral: 1991-1994
16 -Elisio Wedderhoff Diretor Geral: 1995-1998
17- Marlene Hoffmann Correa: Diretora Geral: 1999-2002
18- Diana Seidel Bortolotti: Diretora Adjunta: 1999-2002
19- Rosane Buschle: Diretora Geral: 2003- 2006
20-Margot Hauffe: Diretora Adjunta: 2003- abril de 2005
Lairton Hartmann Müller: Assessor Administrativo: maio de 2005 –2006
21- Marga Rita Dominoni: 2007-
Assessora Administrativa: Solange Baniski: 2008-



Modelo de Autobiografia

Modelo de uma autobiografia (cedido pelo Colégio Bialik, de São Paulo)

Escrever uma autobiografia é uma estratégia de auto conhecimento. Não é uma tarefa fácil, uma vez que não temos o hábito de escrever sobre nós mesmos. No entanto, esse desafio servirá para evidenciar fatos importantes do percurso de vida de cada um, possibilitando relacioná-los com o momento atual. Use o modelo a seguir com seus alunos, para incentivá-los a produzir suas autobiografias. Dê um bom prazo (um mês, por exemplo) para que produzam seus textos.
Então, vamos lá:
· Conte um pouco da história da sua família;
· As suas lembranças da infância, as brincadeiras preferidas;
· Os primeiros dias na escola;
· As pessoas e os fatos que mais marcaram o seu percurso escolar;
· Quais foram/são os adultos mais admirados, como eles eram/são;
· Quais os aspectos mais marcantes do início de sua adolescência;
· Como você se ocupa quando está sozinho(a);
· O que você gosta de fazer no seu tempo livre;
· Como você se descreveria hoje;
· Quais são as suas principais características, interesses e habilidades;
· Quais são os seus “pontos fortes” e os “pontos fracos”;
· Como você vê o mundo:

Além das sugestões acima, sinta-se a vontade para relatar tudo o que você quiser ou considerar importante.

Veja a seguir um exemplo de autobiografia de uma aluna do colégio Bialik.

Autobiografia

Flávia Chusyd, 16 anos, aluna do segundo ano do Colégio Bialik, de São Paulo

Minha família é descendente de poloneses e é formada por minha mãe, meu pai, meu irmão e eu. Vivemos juntos e sempre um ajuda o outro nas horas difíceis.
Na minha infância, me lembro que adorava brincar de sonhos, fingir ser quem eu não era, como por exemplo, ser uma sereia, uma princesa. Sempre meus pais e irmão faziam parte desses sonhos; acho que por eles serem tão especiais para mim, sempre havia um cantinho para eles nos meus sonhos.
Me lembro que no meu primeiro dia de aula minha mãe me trouxe para a escola, mas não sei direito o porquê eu comecei a chorar e não queria continuar lá de jeito nenhum. Também é difícil você largar aquela rotina de comer, ver tv e brincar o dia inteiro para ter que ficar horas estudando, mas depois a gente se acostuma.
Para mim, sempre, os adultos que eu mais admirei e admiro são minha mãe e meu pai. Acho que porque sempre vi como eles são felizes e se dão bem; são pessoas legais, que sempre pensam no bem do outro, e acho que no fundo eu queria mesmo era ser igual a eles.
No início da minha adolescência, o aspecto mais importante para mim foi a morte do meu pai; foi uma dor imensa, que achei que com o tempo ia parar, mas me enganei, quanto mais o tempo passa mais a dor aumenta.
Também porque com este acontecimento eu pude ver quem era o meu amigo de verdade; quem eu podia contar no momento mais difícil da minha vida.
Outros aspectos que marcaram minha adolescência foi minha primeira menstruação, meu primeiro beijo, bat-mitzvá, que além de terem sido superimportantes para mim foi difícil passar por eles sem ter meu pai confiar e contar, me dar conselhos e essas coisas que toda menina precisa nessas horas.
Quando eu fico sozinha eu tento me ocupar escrevendo cartas ou bilhetes, fico pensando na vida e sonhando quando eu era pequena, vejo TV e ouço rádio para me distrair, ligo para meu amigo, para me sentir querida, enfim, faço um pouco de tudo.
Hoje em dia eu me considero uma pessoa feliz, romântica e um pouco bagunceira.
Eu também não consigo me interessar por alguma coisa, que acho que eu vivo em um “mundinho” meio diferente do das outras pessoas e habilidades, eu acho que eu sei bem escrever cartas, expressar meus sentimentos, essas coisas.

Comentário da coordenadora pedagógica Maria Alice:

Talvez você tenha amadurecido mais cedo do que as suas colegas pelas perdas que teve. Por outro lado, você teve um enorme ganho que é esta visão tão legal que tem dos seus pais, da sua família, dando mais valor ainda a ela.
Desta forma, o “mundinho” que você diz viver passa a ter outras prioridades mais maduras.
De fato, você gosta e sabe escrever de uma maneira agradável e isso deve ser considerado no seu processo de escolha. Além disso, reflita sobre o que é importante para você, para o seu mundo, quais as características você destaca nas pessoas que você admita. Estes elementos te auxiliarão no processo de escolha.
Conte Comigo!Maria Alice.

Figuras de linguagem ou estilo

FIGURAS DE LINGUAGEM OU ESTILO
Figuras de linguagem são recursos usados na fala e na escrita para dar à comunicação mais força, ênfase, colorido e beleza.
1- Recursos lexicais: referem-se às palavras utilizadas.
a) Comparação: estabelece uma relação de semelhança entre dois termos comparados. Ex: O Rio de Janeiro é como um feriado.
b) Metáfora: é uma comparação implícita e mental entre os dois termos comparados. Ex: O Rio de Janeiro é um feriado. Na metáfora suprime-se a palavra comparativa (como), que estabelece a relação entre os dois seres.
Exercício:
Faça comparações e metáforas:
a) O algodão é branco. A neve é branca.
b) Esta laranja é azeda. O limão é azedo
c) Esta fruta é doce. O mel é doce.
d) Aquele juiz é frio. O gelo é frio
Comparações
Metáforas
O algodão é branco como a neve.
O algodão é uma neve.

c) Metonímia : é o emprego de uma palavra por outra, baseando-se numa relação constante entre as duas. Ex: Eu gosto de ler Vinícius. (Vinícius sendo substituído por livro).Tomamos uma Brahma. (Brahma no sentido de cerveja).

d) Catacrese: é o emprego impróprio de um termo, por não existir termo apropriado para designar certas ações, coisas ou qualidades. Ex: Embarquei no trem. Embarquei no avião. Consertei o braço da cadeira e o pé da mesa. A asa do bule está quebrada.

e) Prosopopéia (personificação): atribui qualidades, ações, características humanas a seres mortos, animais irracionais, e seres inanimados. Ex: A pequena árvore estava alegre com a chegada da primavera.

Exercícios
1- Identifique as catacreses das frases:
a) A gaivota retesou as asas. d) A boca do forno está fechada.
b) Quebraram as asas da xícara. e) Um fio de luz entrava pela janela.
c) Pescava com fio de náilon.
2- Identifique as prosopopéias:
a) As ondas lambiam a praia. c)As borboletas dançavam no ar.
b) O sol morria no horizonte.

2- Recursos semântico-pragmáticos: referem-se ao sentido das frases.
a) Eufemismo: é o emprego de palavras ou expressões suaves no lugar de expressões rudes, desagradáveis, chocantes. Ex: Ir para o reino de Deus.(= morrer), funcionário da limpeza pública. (lixeiro), Não é muito dado ao trabalho. (= preguiçoso).
b) Antítese: uso de palavras ou idéias de sentido contraditório na mesma frase ou parágrafo. Ex: Amamos, vagamente surpreendidos, pelo ardor com que estávamos unidos, nós que andávamos sempre separados.
c) Paradoxo: é uma afirmação que subverte as idéias, apresentando fatos que mantém relações incompatíveis entre si. Ex: Meu amor e meu ódio por você são iguais.
d) Ironia: dizer o contrário do que pensamos, num tom de zombaria. Ex: Que belo papel você fez na festa ontem. (papelão, fiasco).
e) Hipérbole: exagero de idéias ou sentimentos. Ex: Ele come como um elefante.
Identifique as hipérboles:
a) Pegou o carro e saiu voando estrada afora. c) Há um século que te espero.
b) Ela morria de ciúmes.

f) Elipse: é a omissão de uma ou mais palavras que deveriam constar na frase. Ex: O time deles todo no campo da gente. (O time deles estava todo no campo a gente: houve elipse do verbo estar).
g) Anáfora: repetição de uma palavra em intervalos regulares, no início de versos ou frases. Enfatizar idéias, chamar a atenção. Ex: Não troque de cara, troque de ótica, troque seus óculos na Fotóptica.
h) Gradação: apresentação de idéias em andamento crescente ou decrescente. Ex: Ele estava satisfeito, feliz, exultante.

Modernismo em Portugal (1915-.....) e no Brasil (1922 até dos dias atuais)

MODERNISMO EM PORTUGAL: 1915

No começo do século XX, o progresso tecnológico, as disputas das grandes potências por mercados de consumo, os movimentos políticos nacionalistas e a Primeira Guerra Mundial provocaram profundas transformações na sociedade européia, atingindo as artes em geral e a maneira de se olhar o novo cenário que se impunha.
Surgem, então, na Europa, várias manifestações artísticas, sob a denominação genérica de movimentos de vanguarda, que tinham posições comuns em relação às artes: liberdade, interpretação pessoal da realidade, rebeldia, ilogicidade, busca de novas formas de expressão, etc.
1- Futurismo Itália): Movimento lançado pelo poeta Marinetti, em 1909, que propunha a destruição do passado, exaltação da vida moderna, o culto da máquina e da velocidade. Enaltecimento da guerra, militarismo e patriotismo. Marinetti preconizava a destruição da sintaxe, eliminação da pontuação e abolição do adjetivo, advérbio e conjunções.
2- Cubismo (Espanha): Na pintura decompunha objetos da realidade cotidiana em diferentes planos geométricos para sugerir a estrutura global. Na poesia valorizava o subjetivismo, a ilogicidade, a frase nominal, o tempo presente e o humor. Na pintura um dos exemplos é Picasso.
3- Dadaísmo (Suíça): Movimento Dadá, lançado em Zurique, pelo romeno Tristan Tzara, em 1916. Ele reflete a atmosfera pessimista da Primeira Guerra Mundial. Pregava a destruição de todos os valores culturais da sociedade que fazia a guerra, instalando o absurdo, o ilógico e o incoerente. Buscava-se assim uma antiarte, irracional e anárquica, aproximando-se com o mundo dos loucos e das crianças.
4- Surrealismo (França): Movimento lançado na França, em 1924, valorizava o passado, buscava a emancipação total do homem fora da lógica, da razão, da família, da Pátria, da moral e da religião. Influenciados pela teoria psicanalítica de Freud, os surrealistas conferiam importância ao sonho e à exploração do inconsciente, praticando automatismo psíquico e a expressão libertada da censura e sem controle da razão.
Estes movimentos influenciaram o Modernismo brasileiro.
O marco inicial do Modernismo em Portugal foi a publicação, em 1915, da revista Orpheu. A sociedade portuguesa vivia uma situação de crise aguda e de desagregação de valores. Os modernistas portugueses respondem a este momento, agredindo o sistema com escândalo e sarcasmo. Os principais modernistas em Portugal foram:
1- Fernando Pessoa (1888-1936): Nasceu em Lisboa e viveu na África do Sul até 1905. Ele
foi um dos maiores escritores de Portugal. Seus temas são marcados pelo idealismo, nacionalismo, ceticismo, tristeza, melancolia, tédio. O aspecto mais marcante deste poeta são seus heterônimos, isto é, outros poetas que ele criou como se existissem verdadeiramente: Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos.
2- José Saramago: Nasceu m 1922, em Azinhaga, Portugal. Filho de camponeses, tornou-
se romancista, teatrólogo e poeta de expressão internacional. Recebeu o prêmio Nobel de literatura em 1998. Suas obras tornaram-se best-sellers, traduzidas para muitos idiomas, do Japão aos Estados Unidos. Adepto de ideais comunistas, Saramago envolveu-se com a vida política de Portugal e mergulhou com profundidade na cultura e civilização explorando múltiplos aspectos.
3- Mário de Sá-Carneiro: Nasceu em Lisboa em 1880. Em 1915 lança a revista Orpheu em Lisboa.
MODERNISMO BRASILEIRO: 1922 até os dias atuais
O início do Modernismo no Brasil é assinalado pela Semana de Arte Moderna, ocorrida em fevereiro de 1922, no Teatro Municipal, em São Paulo. A Semana de 22 foi o resultado de uma série de eventos, que marcaram a vida cultural brasileira nas duas primeiras décadas deste século. São eles:
1912: O retorno de Oswald de Andrade da Europa, imbuído do Futurismo, que se baseia numa vida dinâmica, voltada para o futuro, numa linha positivista e materialista.
1913: A primeira exposição do lituano Lasar Segall no Brasil, com sua pintura expressionista.
1915: A publicação em O Estado de São Paulo de dois artigos: “Urupês” e “Velha praga”, de Monteiro Lobato, em que ele condena o regionalismo sentimental e idealista.
1917: A Exposição de Anita Malfatti, em que ela apresenta o cubismo, desprezando a perspectiva convencional e representando os objetos com formas geométricas.
1920: Apresentação da maquete do Monumento às Bandeiras, de Victor Brecheret.
1921: O retorno de Graça Aranha da Europa e a publicação de “ Estética da vida” , em que ele condena os padrões da época.
Todos esses fatos ocorriam, enquanto o país passava por um período histórico conturbado, que resultaria no fim da República Velha ( 1889-1930). O ano de 1922 foi muito especial nesse contexto. Justamente no centenário da Independência, em meio a crises no cenário político e militar, intelectuais e artistas, influenciados pelas idéias da vanguarda européia, organizaram, então, a Semana da Arte Moderna, com vários eventos: sessões, conferências, manifestos, poemas, músicas, recitais, exposições de artes plásticas, quadros e esculturas com a participação de: Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Menotti Del Picchia, Graça Aranha, Ronald de Carvalho, Guiomar Novais, Heitor Villa-Lobos, Paulo Prado, etc. Iniciava-se o Modernismo no Brasil, renovando a mentalidade nacional e colocando o país na atualidade do mundo.

FASES DO MODERNISMO
O movimento modernista brasileiro passou por três fases distintas, que podemos relacionar com os acontecimentos políticos do país.

Modernismo da 1ª fase: 1922-1930 (Fase heróica)
É uma fase de definição de comportamentos e tendências, cheia de publicações de revistas e manifestos. Também na política, o Brasil passa por momentos de transformações (fim das oligarquias rurais e da política do “café com leite”), que vão culminar com a Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas sobe ao poder. É o período mais radical do Modernismo, caracterizado:
· pelo menosprezo e pela destruição de tudo o que havia sido feito anteriormente, isto é, rompimento total com o passado;
· pelos ideais anárquicos;
· por um nacionalismo exagerado;
· pelo primitivismo, isto é, pela volta às origens.
Os principais autores da primeira fase são: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Antônio de Alcântara Machado, Manuel Bandeira, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Cassiano Ricardo e Plínio Salgado.





Modernismo da 2ª fase: 1930-1945 (Fase construtiva)
Esta foi uma fase de construção, com idéias literárias inovadoras e de muita produtividade – na prosa e na poesia. Politicamente, os acontecimentos eclodem, tanto fora do país (depressão econômica, nazismo, Segunda Guerra Mundial) como aqui dentro (ditadura de Getúlio Vargas e o Estado Novo). Abrem essa fase, Mário de Andrade, com a obra “Macunaíma”, e José Américo de Almeida, com “ A bagaceira”. As características dessa fase são:
· literatura construtiva e com consciência política, que não quer negar as mudanças dessa época;
· reflexão e posterior amadurecimento das idéias da Semana de 22. A grande maioria dos autores são os mesmos da primeira fase, além de:
· Ficção regional: Érico Veríssimo, Jorge Amado, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Rachel de Queiroz;
· Romance urbano e psicológico: Marques Rebelo, Lúcio Cardoso, Octávio de Faria, José Geraldo Vieira, Cornélio Pena;
· Poesia: Carlos Drummond de Andrade, Cassiano Ricardo, Cecília Meireles, Augusto Frederico Schmidt, Jorge de Lima, Vinícius de Moraes, etc.



Modernismo da 3ª fase: 1945 até os dias atuais (Fase de reflexão)
Nessa época no Brasil é o período em que se encerra a ditadura de Getúlio Vargas e, no cenário mundial, o final da segunda Guerra Mundial.
Na literatura, os autores brasileiros fogem dos excessos iniciais da geração de 22 e já é possível vislumbrar na prosa, uma produção intimista e introspectiva, sendo Clarice Lispector a figura mais representativa desse tipo de romance. Ou uma literatura regionalista, cujo representante magistral foi Guimarães Rosa, ao registrar a psicologia, a fala e o mundo do jagunço do centro do Brasil.
Na poesia destacam-se: João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar, Ledo Ivo, Mauro Mota; além de Mário Palmério, Fernando Sabino, Osman Lins, Dalton Trevisam, etc.
Os autores modernos não fundaram propriamente uma nova escola literária, com regras rígidas. Ao contrário desvincularam-se das teorias das escolas anteriores e procuraram transmitir suas emoções, os fatos da vida atual e a realidade do país de uma forma mais livre. Percebe-se nos autores modernos um vocabulário cheio de expressões coloquiais, traduzindo a fala típica brasileira, versos livres, estilo conciso.
A partir de 1950, surgem novas tendências em poesia, como o Concretismo, o Neoconcretirmo, a Poesia-Práxis e o Poema-processo.

Realismo em Portugal (1865-1890) e no Brasil (1881-1893)

REALISMO: Portugal (1865-1890)
O desenvolvimento do movimento realista está ligado às profundas mudanças ocorridas na Europa durante a segunda metade do século XIX. O capitalismo entra em um novo estágio: de um lado, grande progresso industrial e formação de grandes empresas; de outro, uma volumosa classe operária fazendo reivindicações sociais. Essas transformações criam novas tensões sociais e, conseqüentemente, novas posições ideológicas. Nesse contexto, a Europa é agitada por novas idéias no campo da Filosofia e das ciências, o que permite um conhecimento mais amplo do ser humano.
Realismo é retratar o homem e a sociedade a partir da observação do ambiente, costumes, das atitudes, dos comportamentos, buscando as causas dos fatos e fenômenos que abordam. Ele surgiu em reação ao subjetivismo e individualismo do Romantismo. Em seu lugar surge o objetivismo.
O início do Realismo em Portugal foi em 1865, com a grande polêmica travada nos jornais, conhecida como Questão Coimbrã. A “Questão” envolvia o debate e troca de acusações entre os seguidores da escola romântica e os da nova escola realista. Os principais autores e obras do Realismo em Portugal são:
Prosa
1- Eça de Queirós: é um dos maiores prosadores da língua portuguesa. Combate as falhas da
instituições, satiriza os costumes com sutileza e graça, num estilo fluente e de vigor narrativo.
Obras: O crime do padre Amaro, O primo Basílio, Os Maias, O mandarim e outros.
2- Fialho de Almeida: A cidade do vício, O país das uvas, Contos.
Poesia
1- Antero de Quental: Optou pela poesia filosófica, metafísica, indagadora das causas dos fenômenos da consciência e da existência. Obras: Odes modernas, Versos dos vinte anos, Sonetos completos, Raios da extinta luz.
2- Cesário Verde: É chamado o “Poeta do Cotidiano”, das coisas que parecem insignificantes, comuns. Obras: O livro de Cesário Verde.
3- Guerra Junqueiro: Começa como romântico e evolui para o realismo. Obras: A musa em férias, Os simples, A velhice do Padre Eterno
4- Gomes Leal: Tem uma poesia heterogênea, sarcástica, indignada e, na última fase, voltada contra as injustiças e a corrupção social. Obras: Claridades do sul, O anti- Cristo, O fim do mundo.

REALISMO: Brasil (1881-1893)
No Brasil, as últimas décadas do século XIX refletem a crise da monarquia e a urbanização cada vez mais acentuada. O marco inicial do Realismo foi em 1881, com a publicação de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, e de “O Mulato”, de Aluísio Azevedo.
Movimentos do Realismo
Os ideais do Realismo originaram os movimentos:
1- Naturalismo: movimento que considera o ser humano como produto biológico profundamente
marcado pelo meio ambiente, pela educação, pelas pressões sociais e pela hereditariedade. Todos esses fatores determinam sua condição e comportamento. O primeiro romance naturalista brasileiro foi O Mulato”, de Aluísio Azevedo, publicado em 1881.
2- O Parnasianismo: O Realismo na poesia chamou-se Parnasianismo. Os poetas parnasianos
adotam a teoria da “Arte pela arte” e deixam transparecer, em suas obras, uma espécie de impassividade, de indiferença moral. A palavra parnasiano vem de Parnaso, nome dado na mitologia grega, a uma região onde se acreditava que morassem as musas. O Parnasianismo é um movimento anti-romântico. Procura na poesia a impessoalidade e grande cuidado com a linguagem. Tem por princípios, o culto dos aspectos formais do poema (a arte pela arte), sem envolvimento com os problemas sociais. No Brasil, o lançamento do livro “Fanfarras”, de Teófilo Dias, em 1882 é considerado o início do Parnasianismo.
Os principais parnasianos foram Olavo Bilac, Raimundo Correia, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho, o Poeta do Mar.
Os principais autores e obras do Realismo foram:
1-Machado de Assis: Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro em 1839.
Em 1897, tornou-se o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, que ajudou a fundar. Foi poeta, teatrólogo, cronista e crítico literário. É considerado o amor contista da nossa língua. Sua obra é universal, pois sua análise da alma humana refere-se a qualquer época e a qualquer povo.
· Romances: Ressureição, A mão e a luva, Helena, Iaiá Garcia, Memórias póstumas
de Brás Cubas, Dom Casmurro, Quincas Borba, Esaú e Jacó e outros.
· Contos: Contos fluminenses, Histórias da meia-noite, Páginas recolhidas e outros.
· Crônica: A semana.
· Poesias: Crisálidas, Falenas, Americanas, Ocidentais.
· Teatro: Os deuses de casaca, O protocolo, Queda que as mulheres têm pelos tolos, Quase ministro, Caminho da porta.
· Crítica: Machado de Assis exerceu a crítica literária, crítica teatral.
2-Raul Pompéia: Raul d´Ávila Pompéia nasceu em Angra dos Reis (RJ), em 1863, e faleceu
no Rio de Janeiro, com perturbações mentais, em 1895. Engajou-se na luta abolicionista e era adepto dos ideais republicanos. Sua maior obra é O Ateneu. É uma crônica de saudades, que retrata a dolorosa experiência de um menino, vivida no internato Ateneu, dirigido pelo professor Aristarco. Romance com doses naturalistas, responsabiliza o meio como de grande influência na formação do caráter. Outras obras: A mão de Luís Gama, As jóias da Coroa, Uma tragédia no Amazonas, Canções sem metro (Poemas em prosa)
3- Aluísio Azevedo: Aluísio Tancredo Gonçalves Azevedo nasceu em São Luís do Maranhão,
em 1857, e faleceu em Buenos Aires (Argentina), em 1913. Romancista, contista e cronista. Suas obras se dividem em romances românticos (escritos com objetivo comercial e dirigidos ao público) e os romances naturalistas (com valor artístico e literário). Seus temas abordam o preconceito racial, a bestialização dos homens pela sensualidade, as taras hereditárias, a corrupção clerical, os marginalizados sociais o ideal republicano, a crítica ao capitalismo e ao conservadorismo. Obras: O Mulato, Casa de Pensão, O Cortiço, O homem, O coruja.
4- Artur Azevedo: Teatro: Amor por Anexins, A Capital Federal, A jóia.
5- Inglês de Sousa; Cenas da vida amazônica. O cacaulista, O coronel sangrado, O missionário.
6- Adolfo Caminha: O bom crioulo, A normalista.
7- Manuel de Oliveira Paiva: Dona Guidinha do poço.
8- Alberto de Oliveira: Canções românticas, Meridionais, Sonetos e poemas, Versos e rimas, Livro de Ema, Ramo de Árvore.
9- Raimundo Correia: Primeiros sonhos, Sinfonias, Versos e versões, Alelulias.
10- Olavo Bilac: Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac nasceu no Rio de Janeiro, em 1865, e morreu na mesma cidade em 1918. ocupou vários cargos públicos. Foi apelidado de “Poeta Cívico”, pela campanha que fez em prol da alfabetização e do serviço militar obrigatório. Foi autor da letra do Hino à Bandeira. Obras: Panóplias, Via-Láctea, Sarça de fogo, Alma inquieta, As viagens, O Caçador de Esmeraldas, Tarde, Tratado de versificação.
11- Vicente de Carvalho: Ardentias, Relicário, Rosa, Rosa de amor, Poemas e canções.

Romantismo em Portugal (1825-1865) e no Brasil (1836-1881)

ROMANTISMO: Portugal (1825-1865) e Brasil (1836- 1881)
Romantismo é um movimento literário com novos valores estéticos, em que predominam o sentimentalismo e o idealismo. Ele surgiu na Alemanha e espalhou-se pela Inglaterra e França que o divulgou aos demais países.
As origens do Romantismo estão ligadas ao declínio da nobreza e à ascensão da burguesia européia, no final do século XVIII. As mudanças na sociedade também influenciaram na literatura.
Na Alemanha, a publicação da obra “Os sofrimentos do Jovem Werther (1774) de Goethe, deu início à fase romântica. Na Inglaterra, Walter Scott voltou ao passado medieval, com Ivanhoé (1819), valorizando o nacionalismo e romance histórico.

Características do Romantismo:
1- Cultivo das próprias tradições e valores. Rejeita-se a imitação dos gregos e latinos. Preocupam-se em retratar a nacionalidade. Os europeus buscam temas medievais e no Brasil o grande tema é o índio (indianismo).
2- Cultivo do sentimento de exaltação da natureza e o panteísmo (crença que a natureza faz parte da divindade humana). No Romantismo a natureza é significativa, companheira, refúgio. Ela forma o ambiente de sonho, fantasia, imaginação.
3- O escritor não precisa obedecer regras literárias do passado. Pode inspirar-se e criar. Tudo é pessoal, individual. O subjetivismo (o eu) toma o lugar da razão. Desenvolve-se o drama e o romance.
4- Não há mais gêneros literários fixos. A poesia escolhe ritmos e formas.
5- O escritor cria seu estilo e seu vocabulário.
6- A obra romântica é marcada de sentimentalismo, melancolia, saudade, liberdade na criação artística, individualismo, imaginação, sentimento religioso, sentimento nacionalista.

Romantismo em Portugal: 1825-1865
Em Portugal, o Romantismo desenvolveu-se em meio às lutas políticas entre D. Miguel e D. Pedro, que defendia uma constituição liberal. Muitos escritores ingressaram no exército de D. Pedro e foram exilados. O nacionalismo fazia parte da produção romântica portuguesa. O iniciador do Romantismo em Portugal foi Garret quando publicou em 1825, um longo poema intitulado Camões (espécie de biografia de Camões e seus amores). Nesta obra aparecem características românticas como: subjetivismo, culto da saudade, melancolia, solidão e outras.
Os autores românticos que se destacaram :
Garret (João Batista da Silva Leitão de Almeida Garret), com a publicação das obras, Camões, Folhas Caídas, Viagens na minha terra, Helena.
Alexandre Herculano com as obras: História de Portugal, Estudos sobre o casamento civil
Camilo Castelo Branco com as obras: Perfil do Marquês de Pombal, Memórias do Cárcere, Amor de Perdição, O que fazem as mulheres, etc.
Outros autores românticos são: Júlio Dinis, Antonio Feliciano de Castilho, João de Deus e Soares Passos.







Romantismo no Brasil: 1836-1881
O início do Romantismo está ligado com a independência do Brasil em 1822. Um momento de afirmação da nacionalidade, e que valorizava o passado histórico do Brasil.
O Romantismo começa no Brasil em 1836 com a publicação de “Suspiros poéticos e saudades”, de Gonçalves de Magalhães. Nesta época surge a revista Niterói, Revista Brasiliense de Gonçalves de Magalhães. O término do Romantismo deu-se em 1881 com a publicação da obra “Mulato”, de Aluísio Azevedo, que assinalava idéias realistas.
No Brasil nessa época havia muitos conflitos: Abdicação de D. Pedro I e as Regências, a Sabinada (1837-1838), a Balaiada (1838- 1841),a Revolução Farroupilha (1835-1845),a Revolução Praieira em Pernambuco (1848) a Guerra do Paraguai (1870). Durante este período na literatura brasileira predominou o “eu”, sentimentalismo, nacionalismo, indianismo, liberalismo.
Tendências do Romantismo
Indianismo e o nacionalismo: Valorização do índio, de nossa flora e fauna;
Regionalismo (ou sertanismo): que aborda o nosso homem do interior, caracterizando a região em que ele vive, com seu folclore, seus costumes;
O chamado Mal do século, ou byronismo: marcado pela melancolia, tristeza, sentimento de morte, pessimismo, cansaço da vida;
Realidade política e social: abolicionismo, as lutas humanitárias, sentimentos liberais, o poder agrário, a corrupção;
Os problemas urbanos, surgidos com o relacionamento indústria-operário.
No Romantismo há poetas de três gerações:
1ª geração: Obras de temática religiosa e mística, poesia da natureza, marcada por forte sentimento nacionalista. Poetas desta geração: Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias.
2ª geração: ultra-romântica: Obras que revelam acentuado individualismo e subjetivismo. É a poesia da dúvida, da desilusão, do negativismo, diante da vida (mal do século). Os poetas desta geração são chamados byronianos, graças a influência de lorde Byron, poeta inglês que cultivou a temática do amor e morte. Outros autores: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire, Fagundes Varela.
3ª Geração (condoreira): O nome provém de condor, ave que voa a grande altitude. A poesia condoreira busca palavras de sentimento vasto e elevado, de grande força expressiva, traduzindo a idéia de imensidão e infinito. Os temas são: abolicionismo e natureza social. Os poeta que se destaca é Castro Alves. Alguns autores se destacaram na ficção (prosa romântica), com o romance, uma nova forma de narrativa:
a) Romance indianista: a natureza brasileira é cenário deste tipo de romance, que faz dos
indígenas, as personagens centrais da trama, geralmente fantasioso e poetizada. Autor: José de Alencar.
b) Romance urbano: ambientado na Corte do Rio de Janeiro, constitui um registro da moral e dos
costumes da sociedade burguesa do segundo Império. Autores: José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo e Manuel Antônio de Almeida.
c) Romance regionalista: surgido nos fins do Romantismo, retrata os costumes,as crenças,
linguagem e a geografia das diversas regiões do país. Autores: José de Alencar, Bernardo Guimarães, Franklin de Távora e Visconde de Taunay.
d) Romance histórico: encontra seus temas e personagens na sociedade fidalga dos tempos
coloniais. Bandeirantes e aventureiros se destacam na reconstituição imaginosa de nosso passado histórico. Autores: José de Alencar.
No teatro destacam-se as tragédias, dramas, e comédias de costumes que integram a produção
teatral do período romântico. Autores: Martins Pena, José de Alencar, Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães.

Barroco em Portugal (1580-1756) e no Brasil (1601-1768)

BARROCO: Portugal (1580-1756) e Brasil (1601- 1768)
O termo Barroco designa de modo geral, as várias manifestações artísticas do século XVII e início do século XVIII na arquitetura, literatura, música, escultura, etc.
O século XVII é um tempo de conflitos e contradições de ordem política, econômica, social e principalmente religiosa.
Da Idade Média até o Renascimento, a Igreja exerceu destacada ação política, social e econômica. Isto fez com que alguns dos seus elementos, ou que nela se infiltraram, vivessem como senhores nobres ou como pecadores, contrariando os ideais de humildade e simplicidade da doutrina cristã. Esta situação propiciou uma separação no seio da Igreja, concretizada pela Reforma Protestante de Martinho Lutero, iniciada em 1517, seguida da adesão de João Calvino , em 1532. A Reforma Protestante foi um movimento de caráter religioso, político e econômico na Alemanha no século XVI. Provocou a separação de uma parte da comunidade católica. Seu objetivo era restabelecer a fé cristã na sua simplicidade e pureza primitivas(tempo dos Apóstolos). As causas foram: estado de anarquia e confusão em que se encontrava a Igreja(Alemanha e Itália), a classe eclesiástica queria aumentar bens materiais, impostos eclesiásticos(igreja rica), desejo de posse dos bens da Igreja, venda de indulgências(perdão), determinada pelo Papa. Os reformadores, Lutero na Alemanha e Calvino na França, reivindicavam a aproximação da Igreja do espírito do cristianismo primitivo. Calvino difunde a idéia de que todos os fiéis podem ter acesso ao sacerdócio, inclusive as mulheres.
Com o objetivo de eliminar os abusos que haviam afastado tantos fiéis e permitindo êxito dos reformistas em alguns países, a Igreja organizou a Contra-Reforma. Para tanto, foi convocado o Concílio de Trento(1545-1563), que deveria objetivar o restabelecimento da disciplina do clero e a reafirmação dos dogmas e crenças católicos. A partir do Concílio de Trento, cria-se a Congregação do Índex, para censurar livros contrários à doutrina católica, e a inquisição é reorganizada para o julgamento dos cristãos, hereges e de judeus acusados de não seguirem a doutrina da Igreja, estabelecendo-se a tortura e a pena de morte.
A Contra-Reforma propunha uma volta ao medievalismo e irrestrita fé na autoridade da Igreja e do rei. Ocorre que o retorno ao medievalismo e a aceitação de seus valores implicaria a perda das conquistas conseguidas pelo homem renascentista. Confrontam-se, por isso, duas forças opostas: o antropocentrismo renascentista(visão centrada no ser humano, nos problemas e conquistas), e o teocentrismo(Deus como centro de tudo, submissão à Igreja). Buscando uma síntese entre esses valores, o homem da época tenta conciliar razão e fé, espiritualismo e materialismo. Dessa tentativa resulta um estado de tensão permanente, que se espalha pela maneira de pensar, pelas concepções políticas, sociais, e que, sobretudo, reflete-se na arte produzida no período. A esse novo estilo dá-se o nome de Barroco.
CARACTERÍSTICAS DO BARROCO
01- NAS ARTES: pintura, escultura, arquitetura(nas edificações de igrejas: Obras/Aleijadinho
· Valorização do espiritual: a fé deveria ser atingida através da emoção e dos sentidos, e não só através do raciocínio;
· Exagero de detalhes, cores vivas: retratar a realidade através dos sentidos.
· Jogo de sombras e luzes: Na pintura, o apego ao movimento, conseguido principalmente através da utilização de luz e sombra, aumentando a sensação de profundidade dos objetos(gestos contorcidos, expressão de sofrimento).
· Linhas diagonais, curvas e assimétricas: revela um estilo retorcido, monumental, ornamentos exagerados.

02- NA LITERATURA
A literatura traduz as crises, dúvidas, ambigüidade de sentimentos porque passava o homem.
Na literatura a linguagem é culta, rebuscada, que se manifesta no jogo de palavras:
a) Conhecimento da realidade através dos sentidos: uso freqüente de palavras que designam cores,
perfumes e sensações táteis.
b) Principais temas barrocos: Preocupação com a brevidade da vida, o pessimismo perante a vida, o sobrenatural, a morte, a religião como alívio para as angústias, a fugacidade da vida e das coisas, castigo, heroísmo, o tempo, visto como agente da morte, erotismo, misticismo, cenas trágicas, apelo à religião, arrependimento. Nos temas encontramos a abordagem dos contrários: o divino e o humano, o bem e o mal, o pecado e a virtude, a vida terrena e a vida eterna, o sagrado e o profano, a busca de Deus e as solicitações humanas, o amor puro e o pecado, a dúvida e a certeza, o sublime e o grotesco.
c) Transitoriedade da vida: a idéia de que o tempo tudo consome, levando à morte.
d) Cultismo: é o jogo de palavras, a valorização da forma. A utilização de figuras de estilo é um recurso que reforça a apreensão dos sentidos:
· Predomínio de hipérboles: exagero nas expressões. Ex: Já expliquei esse assunto mais de oitocentas vezes.
· Uso de metáforas: comparação, para revelar semelhanças profundas que descobre na realidade.
e) Conceptismo: jogo de idéias, organização da frase com lógica rigorosa.
· Antíteses ou contraste: colocar idéias contrárias lado a lado, com a finalidade de realçá-las. Ex: Parece que a situação está no começo do fim.
· Paradoxo: oposição extrema de duas ou mais idéias. Ex: Dor, tu és um prazer!
f) Presença de palavras semelhantes quanto à sonoridade e grafia. Ex: Lia, enlia, feia, enleia.
g) Utilização de muitas frases interrogativas: refletem a incertezas e dúvidas.

Os principais autores portugueses barrocos são: Padre Antonio Vieira(também pertence ao Barroco Brasileiro, Francisco Manuel de Melo, Francisco Rodrigues Lobo, Antonio José da Silva(o Judeu), Sóror Mariana Alcoforado e Padre Manuel Bernardes.
PADRE ANTÔNIO VIEIRA: Nasceu em Lisboa, em 1608, e faleceu na Bahia, em 1697. Veio ao Brasil aos 06 anos e ainda jovem ingressou na Companhia de Jesus(jesuítas) na Bahia. Ordenado sacerdote, tornou-se o maior orador sacro(sagrado) da Europa e um dos maiores escritores do século XVII. Participou ativamente dos problemas sociais de sua época, colocou-se contra os colonos que escravizavam índios, defendeu judeus, lutou contra a inquisição, lutou pela emancipação dos índios e visitou missões indígenas por longos anos. Por causa da revolta dos colonos do Pará, foi deportado juntamente com outros jesuítas em 1661. Vieira viveu entre Brasil e Portugal de 1641 a 1681, passando os últimos anos de sua vida no Brasil, como superior das Missões. A obra de Vieira pode ser assim dividida:
a) Obras de profecia: História do futuro e As esperanças de Portugal.
b) Sermões: representam a parte mais importante de seus escritos. São cerca de duzentos sermões, em que aborda vários assuntos: a questão dos índios escravizados, invasão holandesa no Brasil em 1640 e a arte de pregar.
O Barroco no Brasil(1601-1768)correspondeu à consolidação de uma aristocracia colonial brasileira, que resultou de uma série de eventos: presença de muitos comerciantes estrangeiros, o apogeu e o declínio da cana de açúcar no Nordeste, a ação dos bandeirantes e a descoberta de ouro, principalmente em Minas Gerais.
O início do Barroco no Brasil é assinalado com a publicação do poema épico “Prosopopéia”,de Bento Teixeira(1601), considerado um documento histórico, numa imitação de “Os Lusíadas,”de Luís Vaz de Camões, enaltece os grandes feitos de heróis, como o donatário da Capitania Hereditária de Pernambuco, Jorge de Albuquerque Coelho. O final do Barroco deu-se com a publicação de “Obras”, de Claudio Manuel da Costa, em 1768.
Os principais autores brasileiros barrocos são: Bento Teixeira, Gregório de Matos Guerra, Eusébio de Matos, Domingos Barbosa, Manuel Botelho de Oliveira, Frei Manuel de Santa Maria Itaparica, etc.
A grande expressão do Barroco no Brasil foi Gregório de Matos Guerra. Nascido na Bahia, em 1633. Faleceu no Recife, em 1696. Seus poemas refletem a sociedade brasileira da época. Era satírico, lírico e religioso. Ganhou fama com os poemas satíricos, criticando o brasileiro explorado pelo colonizador, o clero e os costumes da sociedade baiana. Em suas poesias líricas e religiosas entra em conflito com a vontade de viver uma vida mundana e a procura pela fé, que salvaria sua alma.








Classicismo ou Renascimento: 1527-1580

CLASSICISMO OU RENASCIMENTO: 1527 -1580
Classicismo foi um amplo movimento econômico, cultural e científico, surgido na Itália, em fins da Idade Média, século XVI. Em Portugal iniciou em 1527 com o retorno de Sá de Miranda da Itália e seu marco final foi em 1580, ano em que Portugal passou para o domínio espanhol. O Classicismo assinala o início dos tempos modernos. Ele se espalhou rapidamente por toda a Europa, onde se vivia sob o seguinte contexto:
Necessidade de caminhos marítimos para o Oriente, em busca de especiarias
Grande avanço científico, que proporcionou as grandes navegações
Antropocentrismo: A nova concepção do homem,, centrada mais no ser humano, nos seus problemas e nas suas conquistas. O homem adquire consciência da sua capacidade realizadora: conquista, inventa, cria, descobre, produz.
O questionamento de algumas práticas da Igreja Católica
Neste período houve um florescimento das artes na multiplicação de cores e pelo maior equilíbrio com que as formas humanas passaram a ser retratadas.
CARACTERÍSTICAS
Imitação dos autores clássicos gregos e romanos da antiguidade: Homero, Virgílio, Ovídio, etc. valorizando os sonetos e epopéias, preocupando-se com a métrica, rima, correção gramatical , clareza na expressão do pensamento.
Uso da mitologia: Os deuses e musas inspiravam os renascentistas: Em, “ Os Lusíadas”, Vênus(a deusa do amor) e Marte(o deus da guerra) protegem os portugueses nas suas conquistas marítimas, ao passo que Baco(o deus do vinho) tenta atrapalhá-los e destruí-los.
Predomínio da razão sobre os sentimentos: A linguagem clássica não é subjetiva, sentimental. Expressa verdades universais fornecidas pela natureza, através da razão.
Uso de uma linguagem sóbria, simples, sem excessos de figuras literárias.
Idealismo: busca da perfeição estética, da pureza e das formas e dos ideais de beleza. Apesar de
objetiva, a arte clássica não era naturalista. Ela deveria ser idealizada pelo artista. A mulher amada era descrita como um ser angelical e não como criatura humana.O tema dos clássicos é o homem ideal, liberto de suas necessidades diárias comuns. Os personagens centrais das epopéias são apresentados como seres superiores, sem defeitos. Ex: Vasco da Gama em, Os Lusíadas, é um ser dotado de virtudes extraordinárias, incapaz de cometer qualquer erro, admirado pelos próprios deuses.
Amor platônico: os poetas clássicos revivem a idéia de Platão de que o amor deve ser sublime, elevado, espiritual, puro, não-físico. O amor fundamentava-se em três aspectos: racionalismo, idealização e o espiritualismo.
Busca da universalidade e impessoalidade: A obra clássica torna-se a expressão de verdades
universais eternas, despreza o individual.
Os principais autores do período clássico em Portugal são:
Sá de Miranda: Poesia e comédia.
Luís Vaz de Camões: Poesia lírica e épica, peças teatrais. Sua mais importante obra é a epopéia “Os lusíadas” de 1572. Epopéias são poemas longos sobre feitos grandiosos e heróicos, como foram as grandes descobertas marítimas dos portugueses. As epopéias famosas da antiguidade clássica são: Ilíada e Odisséia, de Homero, Eneida de Virgílio. Suas poesias tinham influência de Platão(filósofo grego), no que se refere à beleza e ao amor platônico.
João de Barros: Historiografia com a obra Décadas, em que narra a história das conquistas, navegações e comércio dos portugueses.
Fernão Mendes Pinto: literatura de viagem, com Peregrinação.
Bernardim Ribeiro: novela Menina e Moça(1554)
Antônio Ferreira: Tragédia de Dona Inês de Castro(peça teatral de 1587).

Humanismo: 1418-1527

HUMANISMO: 1418 - 1527
Humanismo é o movimento cultural iniciado na Itália e que se espalhou pela Europa, no período de transição da Idade Média à Idade Moderna(1418-1527).
No final da Idade Média, a Europa passa por profundas transformações. Surge o mercantilismo(economia baseada no comércio), e a economia baseada exclusivamente na agricultura perde em importância para as outras atividades. As cidades portuárias crescem, atraindo camponeses. Surgem novas profissões e pequenas indústrias artesanais. Nessas pequenas cidades, chamadas burgos, surge uma nova classe social, a burguesia, composta por mercadores, comerciantes e artesãos, que passa a desafiar o poder dos nobres. O espírito medieval, baseado na hierarquia nobreza-clero-povo, começa a desestruturar-se. Diante do progresso, o homem percebe-se como força criadora capaz de influir nos destinos da humanidade. O homem descobre o homem. E passa a crer que pode construir o próprio futuro. O misticismo medieval perde a força, e o teocentrismo(Deus como centro do universo) dá lugar ao antropocentrismo(o ser humano no centro da vida humana).
Essa nova visão refletiu-se nas grandes obras do período que tinham como centro de interesse o próprio ser humano.
Fatores que contribuíram para as mudanças:
Ampliação do mundo, conhecido através das grandes navegações
A ascenção da burguesia voltada para o comércio e para a vida material
A invenção dos tipos móveis na imprensa por Gutenberg, que facilitou a divulgação das obras clássicas, até então copiadas à mão, pelos monges nos mosteiros
As manifestações literárias mais significativas do período humanista em Portugal foram:
Na historiografia: obras de Fernão Lopes, Gomes Eanes de Azurara e Rui de Pina.
Na poesia: obras de João Ruiz de Castelo Branco. Seus poemas eram carregados de lirismo.
No teatro: obras e autos de Gil Vicente. Autos é o nome genérico dos textos poéticos da Idade Média, usados nas representações teatrais, carregados de religiosidade, e alguns temas profanos e satíricos.
FERNÃO LOPES: considerado o criador da historiografia em Portugal. Ele arquivava os documentos históricos do país. Em 1434 foi cronista, escrevendo a história dos reis de Portugal, e também investigava as relações sociais que movimentavam o país. Suas principais obras: Crônica de D. Pedro, Crônicas de D. Fernando e Crônica de D. João I.
GIL VICENTE: Criador do teatro popular em Portugal. Sua primeira apresentação, em 1502, foi o Auto do vaqueiro ou o Auto da visitação, dedicada ao filho recém nascido do rei D. Manuel. O teatro de Gil Vicente baseia-se principalmente na sátira(as farsas), que ele utilizava para criticar e denunciar os erros, a corrupção e a falsidade de todas as camadas sociais: da nobreza, do povo e do clero, apesar de ser muito religioso. O teatro era sua arma de combate e de denúncia contra a imoralidade. A linguagem era simples, espontânea e fluente, assim como os cenários e as montagens. Era autor e ator de suas representações, cheias de improvisos, já previstos.
Sua produção contém 44 obras. Seus personagens não têm nome, são sempre designados pela profissão, assim registrando tipos sociais que faziam parte da sociedade da época. Suas principais obras são: Monólogo do vaqueiro ou Auto da visitação, Trilogia das barcas(Auto da barca do inferno, Auto da barca do purgatório, Auto da barca da glória), Auto da alma, Farsa de Inês Pereira, Juiz da beira, Auto da feira, Quem tem farelos?, Auto da Lusitânia, Auto da Índia e Floresta de enganos(sua última peça).
Gil Vicente escreveu seu próprio epitáfio, isto é, as palavras que deveriam ficar gravadas sobre o seu túmulo.

Trovadorismo: 1189-1418

TROVADORISMO: 1189 -1418
As origens da literatura portuguesa remontam ao século XII, quando Portugal se constituiu como um país independente. A visão de sociedade da época era o teocentrismo, no plano religioso e o feudalismo no plano político-econômico.
Com o teocentrismo, isto é, a centralização da vida humana em Deus, expressava-se a intensa religiosidade. Com o feudalismo, os nobres que possuíssem feudos exerciam os poderes do governo por meio de um sistema de vassalagem, que era baseado numa espécie de contrato que implicava obrigações mútuas entre o senhor e o vassalo. Os vassalos obedeciam ao senhor e o serviam pela proteção e ajuda econômica que dele recebiam. Esse sistema de vassalagem refletiu-se na poesia trovadoresca, principalmente nas cantigas de amor em que o trovador se colocava normalmente na condição de vassalo da dama.
O primeiro documento literário português, datado de 1189(ou 1198) é uma cantiga de amor, “Cantiga da Ribeirinha” do poeta Paio Soares de Taveirós, dedicada a D.Maria Paes Ribeiro, a Ribeirinha.
Os poetas dessa época eram chamados de trovadores. A palavra trovador vem do francês trouver, que significa “achar”, “encontrar”. Dizia-se que o poeta “achava”a música adequada ao poema e o cantava acompanhado de instrumentos como a cítara, a lira ou a harpa. As poesias trovadorescas estão reunidas em cancioneiros
Cancioneiro da Ajuda: é o mais antigo com 310 cantigas.
Cancioneiro da Vaticana: pertencente à Biblioteca do Vaticano, com 1205 cantigas.
Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa: com 1547 cantigas.
Os principais trovadores foram: João Soares de Paiva, Paio Soares de Taveirós, o rei D.Dinis, João Garcia de Guilhade, Afonso Sanches, João Zorro, Aires Nunes, Nuno Fernandes Torneol. O mais famoso deles foi D.Dinis, o Rei do Trovador. Em 1290, ele torna obrigatório o uso da Língua Portuguesa e funda a primeira universidade em Coimbra..
A poesia trovadoresca é importante por documentar a história de nossa língua, os costume da época e por influenciar e inspirar o lirismo de poetas.
Havia dois tipos de cantiga:
1- Cantiga lírico-amorosa: cantiga de amor e cantiga de amigo.
2- Cantiga satírica: podia ser de escárnio ou maldizer.
CANTIGA DE AMOR
Quem fala no poema é um homem, que se dirige a uma mulher da nobreza, geralmente casada. Esse amor se torna impraticável pela situação da mulher. O homem sofre, coloca-se numa posição de vassalo, isto é, de servo da mulher amada. Ele cultiva esse amor em segredo, sem revelar o nome da dama, que nem sabe dos sentimentos amorosos do trovador. Ele a coloca num plano elevadíssimo, ideal. Nesse tipo de cantiga há a presença de um refrão que insiste na idéia central, exaltando um amor sem correspondência.
CANTIGA DE AMIGO
O trovador coloca como personagem central uma mulher solteira, da classe popular. Pela boca do trovador ela canta a ausência do amigo(amado, namorado) que está afastado a serviço do rei, em expedições ou em guerras. Nesse tipo de poema, aa moça conversa e desabafa seus sentimentos de amor com a mãe, as amigas, as árvores, as fontes, o mar, os rios, etc. É de caráter narrativo e descritivo.
CANTIGA SATÍRICA
Ora se chama de cantiga de escárnio, ora de maldizer. Esse tipo de cantiga procurava satirizar(ridicularizar) pessoas e costumes da época. Alguns poetas, em seus ataques agressivos, chegavam a utilizar uma linguagem de baixo nível(chula).

Escolas Literárias

ESCOLAS LITERÁRIAS OU ESTILOS DE ÉPOCA
ESTILO INDIVIDUAL é a maneira própria de cada escritor se expressar.
ESTILO DE ÉPOCA OU ESCOLAS LITERÁRIAS são as características específicas de grupos de autores da mesma época que têm em comum a maneira de se expressar, a escolha do conteúdo e da forma, o conceito de beleza, de arte, de vida. O estilo de época abrange as artes em geral, os costumes e o modo de vida da sociedade. O texto literário geralmente se torna uma manifestação cultural de sua época. No Brasil os movimentos literários chegam com anos de atraso.
ESCOLAS LITERÁRIAS EM PORTUGAL
ERA COLONIAL
ERA MEDIEVAL: 1189-1418

1189: Trovadorismo
1500: Literatura de Informação
1418: Humanismo

ERA CLÁSSICA

1527: Classicismo: Renascimento
1580: Barroco
1756: Arcadismo

ERA MODERNA/CONTEMPORÂNEA
1825: Romantismo
1865: Realismo/Naturalismo
1890: Simbolismo
1915: Modernismo


ESCOLAS LITERÁRIAS NO BRASIL
BRASIL : não teve Idade Média
ERA COLONIAL

1500: Literatura de Informação
1601: Barroco
1768: Arcadismo

ERA NACIONAL
1836: Romantismo
1881: Realismo/Naturalismo/Parnasianismo
1893: Simbolismo
1902: Pré-Modernismo
1922: Modernismo

Estrutura das palavras: morfemas

ESTRUTURA DAS PALAVRAS

MORFEMAS

Morfemas ou elementos mórficos são as menores unidades da palavra dotadas de significação. Os morfemas podem ser:
1-RADICAL: é a parte da palavra que contém a base do significado. Ex: marinha: mar, pedra: pedr . As palavras que têm o mesmo radical são chamadas cognatas. Ex: marinha, marítimo.
2-VOGAL TEMÁTICA: é a vogal (a, e, o) que se junta ao radical de uma palavra para permitir que ela receba outras desinências(elementos). Ex: mala: mal + a . Nos verbos a vogal temática indica a conjugação a que eles pertencem: 1ª: pensar (a), 2ª: comer (e), 3ª: dividir(i). Ex: canta.
As palavras que terminam em consoantes ou vogal acentuada forte não tem vogal temática. Ex: mar, tabu, café.
3-TEMA: é formado pelo radical mais a vogal temática e que forma uma palavra. Ex: mal + a = mala.
cant + a= canta. O tema aparece principalmente em verbos e nomes derivados de verbos. Ex: caçador: tema: caça.
4-DESINÊNCIAS: são elementos finais das palavras .
a)Nominais(a, o, s): indicam as flexões das palavras( gênero masculino: o, feminino: a ). Ex: garota: a é desinência nominal de gênero feminino, garoto: o é desinência nominal de gênero masculino
número: s: indica o plural dos substantivos e adjetivos. Ex: garotas: s é desinência nominal de número(plural)
b)Verbais: indicam nos verbos, o modo, o tempo, a pessoa e o número.
Ex: amávamos: va é desinência verbal de tempo e modo: imperfeito do indicativo.
mos é desinência verbal de pessoa e número: 1ª pessoa do plural.
OBS: Quando tem desinência de gênero(masculino: o, feminino: a) não tem vogal temática.
5- AFIXOS: são elementos que se acrescentam ao radical ou à palavra, modificando se sentido. Eles dividem-se em:
a) Prefixo: afixo colocado antes do radical. Ex: prever, infelizmente.
b) Sufixo: afixo colocado depois do radical, tema ou da palavra. Ex: noitada, felizmente, pensador. Os sufixos aparecem em palavras derivadas: ista, ada, dade, mento, vel, izar, agem, al, oso, inho, aça, arra, orra, mente, ejar, aréu, íssimo, al, etc.
6- VOGAIS E CONSOANTES DE LIGAÇÃO: elementos sem valor significativo que se interpõem a outros para facilitar a pronúncia. Ex: facilidade, cafeicultura, paulada, mãezinha. Eles ligam uma palavra a outro elemento.

Uso da crase

GRAMÁTICA
CRASE
Crase é a contração da preposição “a” com o artigo feminino “a(as)”, isto é, reduzir duas vogais em uma só. Ex: Eu fui a + a escola . = Eu fui à escola.
USA-SE CRASE:
1. Antes de substantivo feminino que exija artigo.
Ex: Adaptei-me à turma.(a + a)
Antes de palavras femininas que podem ser
substituídas por“ao”e masculina correspondente.
Ex: Entregaram os livros à diretora.
Entregaram os livros ao diretor.

2. Antes de nomes de localidades que admitem
artigo “a”. Ex: Viajaremos à Bahia. Usarei crase
quando puder substituir o verbo por : “estar na”.
Ex: Estarei na Bahia.

3. Antes de numeral indicando horas.
Ex: Chegaremos às quatro horas.

4. Quando puder subentender as palavras moda
ou maneira. Ex: Saiu à francesa.
Comi bife à milanesa.

5. Quando o artigo está desacompanhado do
substantivo. Ex: O atleta correu da quadra de
tênis à de basquete.

6. Antes da palavra casa, se esta vier determinada.
Referir-se à casa de alguém. Ex: Retornou à casa
Paterna. Vamos à casa de vídeos.

7. Antes de pronomes demonstrativos: aquele,
aquela, aquilo. Ex: Não irei àquela festa(a aquela).

8. Antes da palavra terra, se esta não for antônimo
de bordo. Ex: Voltou à terra onde nascera.
Ex: Os marinheiros vieram a terra(bordo).

9. Na locução “a distância”, quando for determina-
da. Ex: O líder assistia a tudo à distância de cem
metros.

10. Crase nas locuções: às claras, à toa, às pressas,
às vezes, à direita, à esquerda, à beira de, à vista de,
à medida que, à tarde, à noite, etc.
Ex: Ela chegará à noite. Ele partiu às pressas.

NÃO SE USA CRASE
1.Antes de substantivo masculino. Ex: Irei a
cavalo. Escreva a lápis.

2. Antes do artigo indefinido(um, uma).
Ex: Foi a uma igreja rezar.

3. Antes de verbo. Ex: Convenceu-me a aceitar.

4. Entre palavras repetidas. Ex: Eles ficaram
cara a cara.

5. Antes de expressões de tratamento. Ex: Remete-
mos a Vossa Senhoria os documentos.

6. Antes de palavra feminina em sentido genérico.
Ex: Não assisto a peças que não tenham bom
elenco.

7. Na locução “a distância”, quando não for deter-
minada. Ex: O líder assistia a tudo a distância.

8. Antes de pronomes que não admitem artigo:
você, toda, ninguém, cada, tudo.
Ex: Não devo nada a ninguém. Distribuiu sorrisos
a todos.

USO FACULTATIVO DA CRASE: PODE OU
NÃO USAR
1. Antes de nome próprio referente a pessoa.
Ex: Ofereci um poema a (à) Helena.

2. Antes de pronome possessivo(meu, teu, seu,
nosso, vosso, deles). Ex: Dirigiu a
palavra a (à) nossa secretária.

3. Depois de até. Ex: Renato caminhou até a (à)
porta.

4. Com as locuções que indicam meio ou
instrumento. Ex: Escreveu a (à) mão.

Texto Poético

TEXTO POÉTICO
No texto poético predomina a linguagem emotiva, conotativa(sentido figurado), com imagens, sugestões, metáforas, imitações sonoras, ritmo, ocupação particular no espaço da página.
A composição literária pode assumir duas formas: a prosa e a poesia.
Poesia: é a linguagem subjetiva, emotiva que apresenta um certo ritmo e a predominância da linguagem figurada(fora do costume), da conotação. Para a maioria trata-se de uma criação rítmica, melódica, de conteúdo emotivo e lírico(o poeta expressa o seu EU). Pode existir poesia num texto em prosa ou numa linguagem versificada(em versos).
Prosa: é a linguagem direta, usual, texto linear. Nela predomina a denotação(sentido real). Quando a poesia está contida na linguagem em prosa dá-se o poema em prosa ou prosa poética. Na prosa poética destacam-se as seguintes características:
Conteúdo lírico e emotivo
Recriação lírica da realidade
Utilização artística da poética
Linguagem conotativa(figurada)
Poema: é a expressão de sensações e sentimentos, agrupada de estrofes ou versos. Um poema pode ter apenas uma estrofe. É uma expressão verbal rítmica.
Soneto: é um poema de forma fixa. Possui 14 versos, sendo dois quartetos e dos tercetos. O último verso é conhecido como “chave de ouro”, contém a essência da idéia do poema.
Acróstico: composição poética que forma frase com as letras iniciais lidas verticalmente.
Ex: Menina bonita
Amiga e companheira
Revela delicadeza,
Inteligência
Até nos pequenos gestos
Poemas figurativos , cinéticos ou concretos: são aqueles que têm uma disposição especial de versos e palavras, dão a impressão de formas concretas e movimento(cinético). As características do poema concreto são:
Ruptura com a sintaxe tradicional e a disjunção das palavras
Abolição do verso linear e a ampliação das possibilidades de leitura
Associação da comunicação verbal e visual.

VERSIFICAÇÃO
Versificação é a arte de fazer versos.
Verso é a unidade rítmica de um poema. Corresponde a linha de uma estrofe.
Estrofe ou estância: é um grupo de versos isolados por uma linha em branco.
Estrebilho ou refrão: verso que se repete no fim das estrofes.
Metrificação ou métrica(metro) : é a contagem das sílabas poéticas do verso. É a medida do verso: quantidade de sílabas poéticas.
Escansão: é a contagem das sílabas poéticas, que diferem das sílabas gramaticais. As sílabas gramaticais são contadas até a última sílaba. Ex: Riscando a solidão de uma alameda: 14 sílabas gramaticais.
As sílabas poéticas ou métricas são contadas até a última sílaba tônica da palavra final do verso. A vogal átona se une à vogal(ou vogais) da palavra seguinte. Ex: Ris/can/doa/so/lidão/deuu/maa/la/me/.
Este verso possui 10 sílabas métricas. Os versos recebem nomes de acordo com o número de
sílabas: 01(Monossílabo), 05(Pentassílabo), 07(Heptassílabo), 08(Octossílabo), 09(Eneassílabo), 10(Decassílabo),
12( Alexandrino).
Ritmo é a a sucessão alternada de sons tônicos e átonos, repetidos com intervalos, resultando numa cadência agradável. É a distribuição das sílabas átonas e tônicas de modo que estas se repitam a intervalos regulares ou a espaços sensíveis quanto à duração e acentuação. Ex: Cavaleiro das armas escuras.
Rima é a conformidade ou coincidência de fonemas, geralmente no final de dois versos diferentes, podendo ocorrer também entre vocábulos no interior dos versos(rima interior). Os versos que rimam são designados pela mesma letra. As rimas podem ser: emparelhadas(AABB), alternadas(ABAB), opostas ou interpoladas(ABBA).
Os versos sem rima são chamados de versos brancos.
Versos livres: muito usados pelos poetas modernistas. Não seguem as regras da versificação tradicional(número de sílabas, distribuição de acentos(sons forte e fracos).
Recitação: é a leitura dos versos em voz alta. Para uma boa recitação são necessários os seguintes requisitos:
Gesticulação adequada, sem exageros
Expressão fisionômica condizente com o texto
Pronúncia das palavras de acordo com o ritmo do poema e das idéias

Literatura

Literatura
Literatura em sentido geral é o conjunto da produção escrita.
Literatura é a arte de usar as palavras com criatividade e originalidade para expressar idéias e emoções.
No texto literário as palavras adquirem valor artístico, podendo criar um mundo poético ou ficcional. O escritor de um texto literário pode utilizar-se de imaginação e inventar o que quiser. Ele pode retratar uma realidade objetiva, ou simplesmente criar um mundo subjetivo, interpretando a realidade a seu modo.
O escritor de um texto científico escreve apenas com a preocupação de fazer com que o leitor compreenda o texto. Não há preocupação com a emoção do leitor.
Literatura portanto, são os textos que possuem preocupação estética, provocando prazer e conhecimento por sua forma, conteúdo e organização. Ex: Cego segurando um cartaz escrito: “A primavera vai chegar, eu não a verei”.(para pedir esmola).
A composição literária pode ser através de duas formas:
a) Prosa: linguagem direta, texto linear: narração, conto, histórias, literatura infantil,etc.
b) Poesia: linguagem subjetiva, com ritmo, verso, estrofes.
As palavras podem ser utilizadas de duas maneiras:
a) Literário(Artístico): quando as palavras são usadas no sentido conotativo(figurativo, poético,
fora de costume) para comover e emocionar o leitor. Ex: Ele mergulhou na história.(entrar no cenário).
b) Não-literário(Não-artístico): quando as palavras são usadas no sentido denotativo(real, próprio) sem
preocupação artística. É o significado que as palavras têm no dicionário, significado léxico, real. Quando não se dirige a emoção do leitor, apenas a sua compreensão. Geralmente recorre a ordem direta(sujeito, verbo, complementos). É relatar os fatos como são, sem acrescentar ou subtrair a verdade o que quer que seja. Ex: Mergulhou no mar(sentido real).
A linguagem literária pode ser encontrada em diversos textos: poemas, contos, letras de música, romance, peças de teatro, novelas, fábulas, literatura infantil, etc.
A literatura tem como funções ser instrumento de:
· Conhecimento de mundo: do passado, do presente, da mentalidade de uma época, de outras civilizações;
· Conhecimento do homem: do autor, quando se trata de autobiografia, de si mesmo;
· Formação e desenvolvimento intelectual, moral, ideológico e estético.

Os textos literários são chamados de obras de ficção, palavra originária do latim fictione que significa simulação, fingimento, fantasia, criação.
A literatura procura retratar o homem e seu mundo, o seu ambiente, suas alegrias, emoções, angústias e aspirações. Porém ao transformá-los em linguagem o escritor cria outra realidade, um universo autônomo produto de sua observação, criatividade, inventividade e fantasia.
A literatura é importante porque é a expressão do ser humano e da vida, porque retrata épocas, costumes e idéias.

EXERCÍCIO
01- Escreva a diferença entre o trabalho de um escritor e o de um cientista.
R: _____________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
02- Cite o nome de alguns personagens de ficção que você conhece da TV e do cinema.
R: _____________________________________________________________________________

03- Dê o significado da palavra cultura relacionado à literatura.
R: ______________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
04- Escreva o que significa conotação e denotação.
R: ______________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
05- Classifique os textos abaixo em sua categoria: linguagem literária e linguagem não-literária:
Reportagem policial, poema, discurso político, bula de remédio, dicionário, letra de música popular, conto, boletim de ocorrência, receita de bolo, relatório médico, normas do clube esportivo, romance, anúncio de emprego peça de teatro.
LINGUAGEM LITERÁRIA LINGUAGEM NÃO-LITERÁRIA











Funções da Linguagem

LINGUAGEM
Linguagem é qualquer sistema de sinais, utilizado para nos comunicarmos, expressarmos nossas idéias, sentimentos e experiências.
A linguagem pode ser verbal(falada ou escrita) ou não- verbal (gestos, imagens, figuras, sons, cor). Somente os seres humanos possuem linguagem verbal.
LÍNGUA
Língua é um código verbal pertencente a determinado grupo de indivíduos(brasileiros, franceses, japoneses...) É a linguagem verbal utilizada por um grupo de indivíduos que constitui uma comunidade. As línguas variam de acordo com as nacionalidades:
Eu te amo: Língua Portuguesa
Ich liebe dich: Língua Alemã
Io ti amo: Língua Italiana
Yo te amo: Língua Espanhola
I love you: Língua Inglesa
FALA
Fala é a linguagem verbal de cada indivíduo. É a emissão de sons combinados que transmitem informações a outras pessoas.
DISCURSO
Discurso é a utilização individual da língua. Cada indivíduo tem uma maneira própria de se comunicar, de se expressar, procurar selecionar as formas de enunciado que melhor exprimam o pensamento.
ESTILO
Estilo é a maneira própria de cada um falar ou escrever.

FUNCÕES DA LINGUAGEM
Os textos orais ou escritos buscam sempre um efeito sobre o receptor (leitor): informar, aconselhar, convencer, emocionar ou proporcionar prazer.
1- REFERENCIAL: quando a linguagem se refere a acontecimentos e tem como objetivo transmitir informações. Ex: O tempo amanhã será nublado.
2- EMOTIVA OU EXPRESSIVA: quando o emissor está na 1ª pessoa (EU, NÓS). Expressa os sentimentos de quem fala em relação àquilo de que está falando. Ex: Estou muito feliz.
3- CONATIVA: quando está centrada na 2ª pessoa (TU, VÓS). Influencia o receptor a fazer ou deixar de fazer algo. É o texto de propaganda. O verbo está no imperativo(ordem), uso do vocativo. Ex: Não deixe de ver aquele filme amanhã.
4- FÁTICA: verifica se o canal de comunicação está funcionando, se o emissor está sendo compreendido. No decorrer da conversa emitimos sons como: “hein? ”, “hum-hum”, “alô”, “entenderam”...
5- METALINGÜÍSTICA: é a linguagem que explica, fala sobre a própria linguagem. Utilizada nos dicionários. Ex: Amor: sm 1 Atração espontânea e intensa por alguém ou por alguma coisa, 2 Carinho.
6- POÉTICA: é o uso de criatividade na linguagem. Uso de figuras de linguagem, ritmo, rima. É a linguagem das poesias, poemas. Ex: Amor é fogo que arde sem se ver...








Tipos de texto

Tipos de texto
Texto é uma mensagem falada ou escrita que tem um significado (sentido). O texto pode ser formado por apenas uma palavra. Ex: “fogo”, “Socorro”, “Pare”. Tudo que falamos e escrevemos é texto. O que está por detrás do texto (entrelinhas) é o discurso, a intenção. Ex: Quando alguém diz” Como você está bonita hoje”, o discurso significa que você está diferente. Quando lemos um texto devemos perceber qual foi a intenção do autor e o tipo de linguagem utilizada. Um texto é construído com as características de vários tipos: descritivo, informativo, etc.
Os textos podem ser:
1- Narrativo: aquele que relata fatos e acontecimentos, reais ou imaginários, situados no tempo.
2- Descritivo: aquele que representa objetos e personagens. Pode utilizar a descrição física e
Psicológica.
3- Informativo (ou explicativo): aquele que transmite conhecimentos. Usa uma linguagem
objetiva. É o texto de imprensa (notícias), do professor, relatórios técnicos e científicos.
4- Argumentativo (ou dissertativo, de opinião): aquele que expõe idéias com o objetivo de
convencer o receptor. Ele desenvolve idéias e argumentos e defende um ponto de vista. Para produzir um texto argumentativo é preciso ler muito sobre o assunto, sabendo falar dos pontos positivos e negativos do fato.
5- Injuntivo (ou de propaganda): aquele que quer impor uma idéia, convencer o outro de algo. São
os textos de propaganda. Uso de verbos no imperativo (ordens). Ex: Estudem para a prova.
6- Poético: aquele que expressa sentimentos. Pode utilizar linguagem figurada (não real), valoriza
sons, ritmos, rimas. São os textos de poesias, letras de música, etc.











Texto narrativo

Texto narrativo
Texto narrativo é aquele que relata fatos e acontecimentos, reais ou imaginários, situados no tempo. Ex: romance, conto, novela, crônica, epopéia ou um simples fato narrado.
O texto narrativo caracteriza-se por uma progressão de acontecimentos, marcada por peripécias ou incidentes, geralmente, portadora de uma moral. O desenvolvimento dos fatos se dá pelas ações das personagens. No desenrolar dos acontecimentos geralmente há um ponto culminante chamado clímax, em que a história atinge seu momento de maior interesse e dramaticidade. O desfecho(ou desenlace) finaliza a história. O narrador pode enfocar a história(os fatos) de dois modos:
a) como personagem-narrador (1ª pessoa): participando dos acontecimentos
b) como personagem-observador (3ª pessoa): apenas relatando os fatos.
Os personagens podem ser:
a) Protagonista: personagem central, sobre o qual recai o interesse da narrativa
b) Antagonista: personagem que cria clima de tensão, opondo-se ao protagonista
c) Personagens secundárias: sem grande importância . Também chamados de coadjuvantes.
d) Narrador: aquele que conta a história.
Quanto a evolução dos personagens se apresentam como:
a) Planas ou estacionárias: não mudam no decorrer da narrativa
b) Esféricas ou evolutivas: vão sendo definidas no decorrer da narrativa, algumas vezes surpreendem o leitor.

ESPÉCIES DE NARRATIVAS
1- CONTO: narrativa curta que procura registrar um conflito, com a participação de poucos personagens.
2- CRÔNICA: pequeno enredo que trata de fatos ou acontecimentos que caracterizam uma parte da sociedade. Apresenta uma reflexão a partir de um fato ou evento. Dá-nos uma visão irônica ou cômica dos fatos.
3- NOVELA: narrativa geralmente centrada em um só acontecimento e suas repercussões. Caracteriza-se por uma pluralidade dramática, uma série de células encadeadas, com relativa autonomia. Apresenta um maior número de personagens principais e secundárias, algumas das quais são mantidas como fio condutor da narrativa. A carga dramática vai crescendo ao longo dos episódios até chegar ao epílogo(conclusão). Observa-se nas novelas a preferência por cenas dialogadas.
4- ROMANCE: narrativa longa, de enredo mais complexo que a novela. São tipos de romance o de aventura, o de amor, o policial, o de ficção científica, o fantástico, o realista, etc. As personagens são analisadas mais profundamente.
5- EPOPÉIA: é a mais antiga das formas narrativas, cujas obras importantes foram produzidas pelos gregos: A Ilíada e A Odisséia, de Homero. Virgílio, o escritor romano escreveu Eneida.
Em língua portuguesa a mais importante obra epopéia é Os lusíadas, de Luis de Camões, publicada em 1572. A epopéia é escrita em versos e tem como finalidade exaltar um grande sentimento coletivo(religioso, patriótico, humanitário). Para isso escolhe geralmente um herói lendário que realizou feitos grandiosos. Descreve os elementos que se contrapõem ao herói e os elementos mitológicos ou divinos que o auxiliam na luta pela conquista de um ideal coletivo.

Origem da Língua Portuguesa

Origem da Língua Portuguesa
(Antônio de Siqueira e Silva e Rafael Bertolin. 2000)

A língua portuguesa tem sua origem no latim, a língua do Lácio, pequeno Estado da península Itálica. Em Roma se falava o latim. Com as guerras e as conquistas romanas, esse idioma expandiu-se por toda a Europa. Os romanos impuseram sua língua, sua cultura e seus costumes aos povos conquistados(romanização).
Para garantir a dominação política, os romanos exigiam que, em todo o vasto Império, o latim fosse de uso obrigatório nas escolas, nas transações comerciais, nos documentos, nos atos oficiais e no serviço militar. Entretanto, o contato dos romanos com a cultura grega deu-se de forma contrária: foi o latim que incorporou uma grande quantidade de palavras gregas que, conseqüentemente, também vieram a fazer parte da língua portuguesa. Todavia, não foi o latim clássico, literário, usado pelos grandes escritores romanos(Cícero, Horácio, César, Virgílio, Ovídio, etc.), que foi imposto às populações dominadas. Foi o latim vulgar, falado pelos soldados romanos. Aos poucos, os povos dominados absorveram o falar dos romanos, que se misturou com os falares regionais, originando as línguas neolatinas ou românicas: português, espanhol, francês, italiano, romeno, galego e outras.
Por volta do século VIII d.C., os árabes invadiram a península Ibérica, aí permanecendo por sete séculos, sem conseguir impor a língua árabe. Todavia muitas palavras árabes passaram a fazer parte da língua portuguesa, como: algarismo, alface, álgebra, álcool, alcachofra, algodão, alfafa, etc.

FASES DA LÍNGUA PORTUGUESA
a) Pré-Histórica: vai do século V ao século IX(mistura do latim vulgar com os falares locais).
b) Proto-Histórica: vai do século IX ao XII. Nessa fase, já se encontram documentos escritos em latim bastante transformado, misturado com palavras portuguesas.
c) Histórica: Apresenta dois períodos:
· Período do português arcaico: vai do século XII ao século XVI. Aparecem os primeiros documentos inteiramente redigidos em português. O primeiro texto escrito em nossa língua foi a poesia “Cantiga da Ribeirinha “, de Paio Soares de Taveirós, em 1189.
· Período do português moderno: do século XVI até nossos dias. Sob a influência de escritores houve um progresso lingüístico muito grande, datando dessa época a obra-prima da língua portuguesa, Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões(que narra as aventuras dos portugueses nos descobrimentos).
A língua portuguesa á atualmente a quinta mais falada do mundo, com mais de 200 milhões de falantes. A comunidade lusófona é constituída por:
a) Portugal;
b) Ilhas da Madeira, dos Açores e Cabo Verde;
c) Brasil;
d) Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe(na África);
e) Goa, Macau, Timor(na Ásia).

Com a globalização, o uso da Internet, as transações comerciais e o crescente interesse do mundo pela América Latina, o estudo da língua portuguesa em outros países vem aumentando ultimamente.
Em alguns lugares da África e da Ásia, como Sri-Lanka, Macau, Java, Málaca, Cabo Verde, Guiné, Cingapura, a língua portuguesa, em contato com os idiomas dos nativos, sofreu muitas alterações, dando origem ao dialeto crioulo, usado nas transações comerciais. Os colonizadores portugueses trouxeram para o Brasil a cultura e a língua portuguesa que foi sendo enriquecida com vocábulos de origem africana, indígena e outros povos imigrantes.
· indígenas: Curitiba, Paraná, tatu, saci, abacaxi, lambari, carioca, mandioca,, Iracema, jibóia, pajé, cuia, etc.
· africanos: macumba, cachaça, moleque, quindim, jiló, marimbondo, cochilo, tanga, samba, maxixe, acarajé, canjica, etc.
· italianos: pizza, espaguete, tchau, lasanha, soneto, piano, macarrão, maestro, etc.
· franceses: toalete, abajur, penhoar, balé, etc.
· germânicos: elmo, norte, sul, esgrimir, marchar,etc.
· ingleses: gol, clube, sanduíche, hambúrguer, deletar,, lanche, bar, recorde, futebol, voleibol, uísque, etc.
Atualmente os estrangeirismos mais usados entre nós são os de origem inglesa. A letra x que se lê nos cardápios de bares(como em “X-hambúrguer”), corresponde ao vocábulo cheese que significa “queijo” em inglês.
A língua de um povo tende a se modificar e evoluir através dos tempos, criando, conforme as necessidades, novas palavras e, às vezes, deixando outras em desuso. Àquelas palavras que vão desaparecendo chamamos de arcaísmos.Ex: leixar(deixar), filhar(tomar,pegar), nato(nascido), etc. As palavras novas que vão surgindo chamam-se neologismos. Ex: xérox, xerocar, digitar, doleiro, deletar, etc.

Atividades:
Leia o texto “Origem da Língua Portuguesa”e responda:
01- A língua portuguesa é originada do idioma ___________, falado em ___________.
02- Que faziam os romanos para garantir a dominação sobre os povos conquistados?
R:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
03- Q que é latim clássico?
R: ________________________________________________________________________________
04- O que é latim vulgar?
R: ________________________________________________________________________________
05- Quais são as línguas neolatinas?
R: ________________________________________________________________________________
06- Qual foi o primeiro texto redigido inteiramente em português? Quando e por quem foi escrito?
R: ________________________________________________________________________________
07- Que obra famosa marcou o início do português moderno? Quem é seu autor?
R: __________________________________________________________________________________
08- Consulte o mapa e escreva o nome das regiões onde se fala a língua portuguesa ou o dialeto crioulo.
R: _______________________________________________________________________________

09- Cite exemplos de palavras da língua portuguesa que são de origem:
arábe: _____________________________________________________________________________
africana: ___________________________________________________________________________
indígena: ___________________________________________________________________________
italiana: ____________________________________________________________________________
francesa: ___________________________________________________________________________
inglesa: ____________________________________________________________________________
10- Que é arcaísmo e neologismos? Dê exemplos.
R: ________________________________________________________________________________