domingo, 7 de fevereiro de 2016

Modernismo em Portugal (1915-.....) e no Brasil (1922 até dos dias atuais)

MODERNISMO EM PORTUGAL: 1915

No começo do século XX, o progresso tecnológico, as disputas das grandes potências por mercados de consumo, os movimentos políticos nacionalistas e a Primeira Guerra Mundial provocaram profundas transformações na sociedade européia, atingindo as artes em geral e a maneira de se olhar o novo cenário que se impunha.
Surgem, então, na Europa, várias manifestações artísticas, sob a denominação genérica de movimentos de vanguarda, que tinham posições comuns em relação às artes: liberdade, interpretação pessoal da realidade, rebeldia, ilogicidade, busca de novas formas de expressão, etc.
1- Futurismo Itália): Movimento lançado pelo poeta Marinetti, em 1909, que propunha a destruição do passado, exaltação da vida moderna, o culto da máquina e da velocidade. Enaltecimento da guerra, militarismo e patriotismo. Marinetti preconizava a destruição da sintaxe, eliminação da pontuação e abolição do adjetivo, advérbio e conjunções.
2- Cubismo (Espanha): Na pintura decompunha objetos da realidade cotidiana em diferentes planos geométricos para sugerir a estrutura global. Na poesia valorizava o subjetivismo, a ilogicidade, a frase nominal, o tempo presente e o humor. Na pintura um dos exemplos é Picasso.
3- Dadaísmo (Suíça): Movimento Dadá, lançado em Zurique, pelo romeno Tristan Tzara, em 1916. Ele reflete a atmosfera pessimista da Primeira Guerra Mundial. Pregava a destruição de todos os valores culturais da sociedade que fazia a guerra, instalando o absurdo, o ilógico e o incoerente. Buscava-se assim uma antiarte, irracional e anárquica, aproximando-se com o mundo dos loucos e das crianças.
4- Surrealismo (França): Movimento lançado na França, em 1924, valorizava o passado, buscava a emancipação total do homem fora da lógica, da razão, da família, da Pátria, da moral e da religião. Influenciados pela teoria psicanalítica de Freud, os surrealistas conferiam importância ao sonho e à exploração do inconsciente, praticando automatismo psíquico e a expressão libertada da censura e sem controle da razão.
Estes movimentos influenciaram o Modernismo brasileiro.
O marco inicial do Modernismo em Portugal foi a publicação, em 1915, da revista Orpheu. A sociedade portuguesa vivia uma situação de crise aguda e de desagregação de valores. Os modernistas portugueses respondem a este momento, agredindo o sistema com escândalo e sarcasmo. Os principais modernistas em Portugal foram:
1- Fernando Pessoa (1888-1936): Nasceu em Lisboa e viveu na África do Sul até 1905. Ele
foi um dos maiores escritores de Portugal. Seus temas são marcados pelo idealismo, nacionalismo, ceticismo, tristeza, melancolia, tédio. O aspecto mais marcante deste poeta são seus heterônimos, isto é, outros poetas que ele criou como se existissem verdadeiramente: Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos.
2- José Saramago: Nasceu m 1922, em Azinhaga, Portugal. Filho de camponeses, tornou-
se romancista, teatrólogo e poeta de expressão internacional. Recebeu o prêmio Nobel de literatura em 1998. Suas obras tornaram-se best-sellers, traduzidas para muitos idiomas, do Japão aos Estados Unidos. Adepto de ideais comunistas, Saramago envolveu-se com a vida política de Portugal e mergulhou com profundidade na cultura e civilização explorando múltiplos aspectos.
3- Mário de Sá-Carneiro: Nasceu em Lisboa em 1880. Em 1915 lança a revista Orpheu em Lisboa.

MODERNISMO BRASILEIRO: 1922 até os dias atuais
O início do Modernismo no Brasil é assinalado pela Semana de Arte Moderna, ocorrida em fevereiro de 1922, no Teatro Municipal, em São Paulo. A Semana de 22 foi o resultado de uma série de eventos, que marcaram a vida cultural brasileira nas duas primeiras décadas deste século. São eles:
1912: O retorno de Oswald de Andrade da Europa, imbuído do Futurismo, que se baseia numa vida dinâmica, voltada para o futuro, numa linha positivista e materialista.
1913: A primeira exposição do lituano Lasar Segall no Brasil, com sua pintura expressionista.
1915: A publicação em O Estado de São Paulo de dois artigos: “Urupês” e “Velha praga”, de Monteiro Lobato, em que ele condena o regionalismo sentimental e idealista.
1917: A Exposição de Anita Malfatti, em que ela apresenta o cubismo, desprezando a perspectiva convencional e representando os objetos com formas geométricas.
1920: Apresentação da maquete do Monumento às Bandeiras, de Victor Brecheret.
1921: O retorno de Graça Aranha da Europa e a publicação de “ Estética da vida” , em que ele condena os padrões da época.
Todos esses fatos ocorriam, enquanto o país passava por um período histórico conturbado, que resultaria no fim da República Velha ( 1889-1930). O ano de 1922 foi muito especial nesse contexto. Justamente no centenário da Independência, em meio a crises no cenário político e militar, intelectuais e artistas, influenciados pelas idéias da vanguarda européia, organizaram, então, a Semana da Arte Moderna, com vários eventos: sessões, conferências, manifestos, poemas, músicas, recitais, exposições de artes plásticas, quadros e esculturas com a participação de: Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Menotti Del Picchia, Graça Aranha, Ronald de Carvalho, Guiomar Novais, Heitor Villa-Lobos, Paulo Prado, etc. Iniciava-se o Modernismo no Brasil, renovando a mentalidade nacional e colocando o país na atualidade do mundo.

FASES DO MODERNISMO
O movimento modernista brasileiro passou por três fases distintas, que podemos relacionar com os acontecimentos políticos do país.

Modernismo da 1ª fase: 1922-1930 (Fase heróica)
É uma fase de definição de comportamentos e tendências, cheia de publicações de revistas e manifestos. Também na política, o Brasil passa por momentos de transformações (fim das oligarquias rurais e da política do “café com leite”), que vão culminar com a Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas sobe ao poder. É o período mais radical do Modernismo, caracterizado:
· pelo menosprezo e pela destruição de tudo o que havia sido feito anteriormente, isto é, rompimento total com o passado;
· pelos ideais anárquicos;
· por um nacionalismo exagerado;
· pelo primitivismo, isto é, pela volta às origens.
Os principais autores da primeira fase são: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Antônio de Alcântara Machado, Manuel Bandeira, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Cassiano Ricardo e Plínio Salgado.





Modernismo da 2ª fase: 1930-1945 (Fase construtiva)
Esta foi uma fase de construção, com idéias literárias inovadoras e de muita produtividade – na prosa e na poesia. Politicamente, os acontecimentos eclodem, tanto fora do país (depressão econômica, nazismo, Segunda Guerra Mundial) como aqui dentro (ditadura de Getúlio Vargas e o Estado Novo). Abrem essa fase, Mário de Andrade, com a obra “Macunaíma”, e José Américo de Almeida, com “ A bagaceira”. As características dessa fase são:
· literatura construtiva e com consciência política, que não quer negar as mudanças dessa época;
· reflexão e posterior amadurecimento das idéias da Semana de 22. A grande maioria dos autores são os mesmos da primeira fase, além de:
· Ficção regional: Érico Veríssimo, Jorge Amado, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Rachel de Queiroz;
· Romance urbano e psicológico: Marques Rebelo, Lúcio Cardoso, Octávio de Faria, José Geraldo Vieira, Cornélio Pena;
· Poesia: Carlos Drummond de Andrade, Cassiano Ricardo, Cecília Meireles, Augusto Frederico Schmidt, Jorge de Lima, Vinícius de Moraes, etc.



Modernismo da 3ª fase: 1945 até os dias atuais (Fase de reflexão)
Nessa época no Brasil é o período em que se encerra a ditadura de Getúlio Vargas e, no cenário mundial, o final da segunda Guerra Mundial.
Na literatura, os autores brasileiros fogem dos excessos iniciais da geração de 22 e já é possível vislumbrar na prosa, uma produção intimista e introspectiva, sendo Clarice Lispector a figura mais representativa desse tipo de romance. Ou uma literatura regionalista, cujo representante magistral foi Guimarães Rosa, ao registrar a psicologia, a fala e o mundo do jagunço do centro do Brasil.
Na poesia destacam-se: João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar, Ledo Ivo, Mauro Mota; além de Mário Palmério, Fernando Sabino, Osman Lins, Dalton Trevisam, etc.
Os autores modernos não fundaram propriamente uma nova escola literária, com regras rígidas. Ao contrário desvincularam-se das teorias das escolas anteriores e procuraram transmitir suas emoções, os fatos da vida atual e a realidade do país de uma forma mais livre. Percebe-se nos autores modernos um vocabulário cheio de expressões coloquiais, traduzindo a fala típica brasileira, versos livres, estilo conciso.
A partir de 1950, surgem novas tendências em poesia, como o Concretismo, o Neoconcretirmo, a Poesia-Práxis e o Poema-processo.

sábado, 26 de dezembro de 2009

História da Escola de Educação Básica Teresa Ramos

HISTÓRIA DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA "TERESA RAMOS"

A Escola de Educação Básica Teresa Ramos de Corupá foi inaugurada em 19 de maio de 1940, com o nome de Grupo Escolar "Teresa Ramos", em homenagem à mãe de Nereu Ramos, o então Interventor Federal.
Atualmente a escola possui 40 funcionários entre administrativo, pedagógico, professores e serventes. O quadro administrativo é composto pela diretora geral Marga Rita Dominoni, assessora administrativa Solange Baniski, secretária Jeni Garcia, assistentes técnico-pedagógicos Maria Jane Kopermann, Sirlene Maria Morais e Oslir Devalier. Além deste quadro, conta com apoio de órgãos auxiliares: Conselho Deliberativo, APP (Associação de Pais e Professores) e Grêmio Estudantil.
O corpo docente da escola é formado por 45 funcionários, destes 27 professores, educação infantil (1), 1ª a 4ª série (5), 5ª a 8ª série (9) e ensino médio (12).
O corpo discente é formado por 962 alunos, assim distribuídos: educação infantil: (47), ensino fundamental (1ª a 4ª série): 184, ensino fundamental (5ª a 8ª série): 242, e ensino médio: 489.
O objetivo da escola é proporcionar ao educando, condições para o desenvolvimento de suas potencialidades, oportunizando ao aluno a busca de conhecimento, construindo seu saber de forma elaborada, crítica e participativa.
A Escola participa de diversos projetos desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Educação de Corupá: Preservar é Amar, Reciclar é Preservar, Relação do Homem com a Natureza”. Além dos projetos, destaca-se nas participações do Café Literário, Festival de Dança e Festival Escolar da Canção, que acontecem anualmente.
A Escola Teresa Ramos possui o melhor Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), no município de Corupá. O Ideb faz parte do PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) e objetiva melhorar os índices educacionais no Brasil. A meta nacional é chegar a 5,2% em 2021.
A base de cálculo são dados da Prova Brasil, Saeb e avaliações do MEC a cada dois anos. Os municípios que atingem a meta anual recebem mais verbas (50%) no ano seguinte.
Série Ideb Brasil Ideb Santa Catarina Ideb Corupá Escola de Educação Básica Teresa Ramos
1ª a 4ª 2,8% 4,3% 4,3% 5,0%
5ªa 8ª 3,5% 4,1% 4,0% 4,8%

A Escola Teresa Ramos apresenta um bom índice, aproximando-se de escolas particulares e de outras escolas estaduais bem estruturadas como Homago, de Jaraguá do Sul, que atingiu 5,2%.

História da Escola
A escola foi fundada em 19 de maio de 1940, com o nome de Grupo Escolar Teresa Ramos. O nome é uma homenagem à mãe do então Interventor Federal Dr. Nereu Ramos, presente no ato inaugural com demais autoridades.
Teresa Ramos é a patrona benemérita da Escola. Nasceu na cidade de Faxinal, São Paulo. Casou-se em Lages com Dr. Vidal Ramos e tiveram 15 filhos. Dedicou-se pela educação do estado. O terreno do Colégio Catarinense de Florianópolis foi doado por Teresa Ramos, pois no local existia uma chácara de sua propriedade. Faleceu no dia 22 de fevereiro de 1924.
Na década de trinta um grupo de pessoas do Distrito de Hansa Humboldt, município de Jaraguá do Sul, concluiu que a prioridade do momento era um educandário de 1ª a 4ª série, que atendesse todas as crianças em idade escolar da Vila Hansa.
Os associados da Sociedade Esport Club "Die Alten", (time de futebol), num gesto altruísta doaram seus bens patrimoniais ao Estado de Santa Catarina. Era um campo de futebol situado na Rua Oswaldo Cruz (hoje Vidal Ramos, nº 75). O terreno com área de 7.040m2, era suficiente para construir um Grupo Escolar.
O empenho de autoridades locais como Carlos Tozini, Intendente Distrital, professores e pais colaboraram para o sanção da Lei nº 213, pelo Interventor Federal Dr. Nereu Ramos, autorizando a construção do Grupo Escolar.
A obra concluída tinha quatro salas de aula, portaria, gabinete de diretor, gabinete odontológico, cooperativa, sala para o museu e dois sanitários para professores. No galpão que servia de abrigo para os alunos havia sanitários de ambos os lados (masculino e feminino). Na parte superior, um gabinete de Educação Física e no lado oposto a cozinha.
A primeira pintura do prédio era padrão da época: janelas e portas verdes, paredes externas amarelas e internamente todas as dependências de branco. O primeiro diretor da escola foi o professor Edmundo Santos. Em 1941 oficializou-se o Curso Primário Complementar, com duração de três anos, correspondendo a atual 5ª a 8ª série.
O Curso Normal Regional "João do Prado Faria", funcionando anexo ao mesmo grupo, com a 1ª e 3ª séries, foi criado em 1949. Este curso visava a formação de Regentes de Ensino Primário. Os formandos da 1ª Turma em 1952 tiveram como paraninfo, o então Prefeito de Jaraguá do Sul, Sr. Artur Müller.
Em 21 de setembro de 1957, dia da árvore, foi plantada uma figueira (ficus), no centro do pátio, pelos alunos do Clube Agrícola "Alberto Torres", orientados pelo professor Waldemar Schultz, cuja muda foi adquirida do Sr. Leopoldo Seidel. Esta árvore transformou-se no emblema (símbolo da escola), que expressa força, grandeza e desenvolvimento.
Em 1964 o curso Normal Regional João do Prado Faria foi extinto em substituição ao Ginásio Normal João do Prado Faria, criado pela Lei nº 4.441, também anexo ao mesmo Grupo Escolar. A Colação de Grau da Primeira Turma do Ginásio Normal João do Prado Faria ocorreu em 1967.
A nomenclatura Escola Básica Teresa Ramos foi criada pelo decreto SEE (Secretaria de Educação do Estado) de 08 de fevereiro de 1971, nº 10.362. A mudança na nomenclatura deu-se em virtude da inclusão de todo o ciclo básico até a 8ª série.
Em 18 de abril de 1979, pelo decreto nº 7.405, Parecer 45, criou-se na escola, o 2º Grau, com a habilitação Técnico em Contabilidade, passando a denominar-se Colégio Estadual Teresa Ramos. A primeira matrícula na 1ª série somou 157 alunos, mas apenas 48 alunos concluíram o curso em 1981.
A escola já ofereceu diversos cursos de 2º Grau: Técnico em Contabilidade, Técnico em Agropecuária, Magistério e Curso Integrado (antigo científico).
No decorrer destes 68 anos, passaram pelo Teresa Ramos 21 diretores e centenas de professores que colaboraram para o desenvolvimento cultural e educacional da comunidade corupaense. Foram feitas várias reformas, ampliações e construções: abrigo de bicicletas, salão (auditório), sala de Ciências, Secretaria, seis salas de aula. Atualmente a escola possui 13 (treze) salas de aula.
De 1990 até hoje foi concluída a construção do auditório e ampliada a frente da escola com a área administrativa, construção de quatro salas de aula na área superior. Em 2002 foram concluídas mais duas salas de aula, cozinha, banheiros e cantina.
Em 2000 com a nova LDB, a nomenclatura da escola passou para Escola de Educação Básica Teresa Ramos.
Em 2002, iniciaram as obras de construção do ginásio de esportes com quadra coberta. A área construída de 1009m2 teve custo de 495.881,59 e foi inaugurada em 8 de abril de 2006. Em maio de 2006, foi implantado o projeto "Escola Aberta à Comunidade”, COMUNIDADE", encerrado no final do ano.

Linha do tempo
1949: Inauguração da escola
1941: Oficialização do Curso Primário Complementar, com duração de três anos, correspondendo a 5ª a 8ª série
1949: Criação do Curso Normal Regional João do Prado Faria, que visava a formação de Regentes de Ensino Primário
1952: Formatura da Primeira Turma do Curso Normal Regional João do Prado Faria
1957: Plantio da figueira no centro do pátio
1964: Extinção do curso Normal Regional João do Prado Faria e criação do Ginásio Normal João do Prado Faria, pela Lei nº 4.441.
1967: Colação de Grau da Primeira Turma do Ginásio Normal João do Prado Faria
1971: Uso da nomenclatura Escola Básica Teresa Ramos em virtude de incluir todo o ciclo básico (até a 8ª série)
1976: Ampliação da biblioteca Machado de Assis.
1977: Construção da cancha polivalente, em sistema de mutirão, com a colaboração de professores e alunos da Escola Apostólica "Sagrado Coração de Jesus" (Seminário), sob a orientação do então, Padre Vilberto Gianesini.
1978: Instalação do Laboratório de Ciências
1978: Pesquisa na comunidade para verificar o interesse na criação do 2º Grau. Assim,
1979: Criação do 2º Grau com a habilitação Técnico em Contabilidade, passando a denominar-se Colégio Estadual Teresa Ramos.
1981: Formatura da Primeira Turma do 2º Grau
1983: Construção da sala do pré-escolar e o parque infantil
1990 até 2000: Construção do auditório e ampliação da frente da escola com área administrativa, construção de duas salas de aula, biblioteca, sala dos professores na área superior.
2000: Uso da nomenclatura Escola de Educação Básica Teresa Ramos, em virtude da nova LDB
2002: Conclusão de mais duas salas de aula, cozinha, banheiros e cantina. Início das obras de construção do ginásio de esportes com quadra coberta
2006: Inauguração do ginásio de esportes com quadra coberta. A área construída de 1009m2 teve custo de 495.881,59 e foi inaugurada em 8 de abril de 2006.

Diretores da Escola Teresa Ramos
01- Edmundo dos Santos: 1940
02- Eugênio Marchetti: 1942
03- Antônio de Lara: 1944
04- Nicola Baptista: 1945
05- Simírames Duarte Silva Bosco: 1946-1952
06- Zélia Ozório Ewald: 1952-1974
07- Waldemar Schultz: Diretor Geral: 1974-1981
08- Elli Lennert Schultz: Diretora Geral: 1982-1985
09- Irmã Lucy Broering: Diretora de 1º Grau: 1982-1985: transferida
10- Bregitte Adler: 1985
11- Luís Carlos Schultz: Diretor de 2º Grau: 1982-1985
12- Herrmann Susenbach: Diretor Geral: 21/12/85 - 1990
13- Elísio Wedderhoff: Diretor de 1º Grau: 21/12/85 – 1990
14- Luís Carlos Schultz: Diretor de 2º Grau: 21/12/85-1990
15- Celita do Nascimento Paterno Diretora Geral: 1991-1994
16 -Elisio Wedderhoff Diretor Geral: 1995-1998
17- Marlene Hoffmann Correa: Diretora Geral: 1999-2002
18- Diana Seidel Bortolotti: Diretora Adjunta: 1999-2002
19- Rosane Buschle: Diretora Geral: 2003- 2006
20-Margot Hauffe: Diretora Adjunta: 2003- abril de 2005
Lairton Hartmann Müller: Assessor Administrativo: maio de 2005 –2006
21- Marga Rita Dominoni: 2007-
Assessora Administrativa: Solange Baniski: 2008-



Modelo de Autobiografia

Modelo de uma autobiografia (cedido pelo Colégio Bialik, de São Paulo)

Escrever uma autobiografia é uma estratégia de auto conhecimento. Não é uma tarefa fácil, uma vez que não temos o hábito de escrever sobre nós mesmos. No entanto, esse desafio servirá para evidenciar fatos importantes do percurso de vida de cada um, possibilitando relacioná-los com o momento atual. Use o modelo a seguir com seus alunos, para incentivá-los a produzir suas autobiografias. Dê um bom prazo (um mês, por exemplo) para que produzam seus textos.
Então, vamos lá:
· Conte um pouco da história da sua família;
· As suas lembranças da infância, as brincadeiras preferidas;
· Os primeiros dias na escola;
· As pessoas e os fatos que mais marcaram o seu percurso escolar;
· Quais foram/são os adultos mais admirados, como eles eram/são;
· Quais os aspectos mais marcantes do início de sua adolescência;
· Como você se ocupa quando está sozinho(a);
· O que você gosta de fazer no seu tempo livre;
· Como você se descreveria hoje;
· Quais são as suas principais características, interesses e habilidades;
· Quais são os seus “pontos fortes” e os “pontos fracos”;
· Como você vê o mundo:

Além das sugestões acima, sinta-se a vontade para relatar tudo o que você quiser ou considerar importante.

Veja a seguir um exemplo de autobiografia de uma aluna do colégio Bialik.

Autobiografia

Flávia Chusyd, 16 anos, aluna do segundo ano do Colégio Bialik, de São Paulo

Minha família é descendente de poloneses e é formada por minha mãe, meu pai, meu irmão e eu. Vivemos juntos e sempre um ajuda o outro nas horas difíceis.
Na minha infância, me lembro que adorava brincar de sonhos, fingir ser quem eu não era, como por exemplo, ser uma sereia, uma princesa. Sempre meus pais e irmão faziam parte desses sonhos; acho que por eles serem tão especiais para mim, sempre havia um cantinho para eles nos meus sonhos.
Me lembro que no meu primeiro dia de aula minha mãe me trouxe para a escola, mas não sei direito o porquê eu comecei a chorar e não queria continuar lá de jeito nenhum. Também é difícil você largar aquela rotina de comer, ver tv e brincar o dia inteiro para ter que ficar horas estudando, mas depois a gente se acostuma.
Para mim, sempre, os adultos que eu mais admirei e admiro são minha mãe e meu pai. Acho que porque sempre vi como eles são felizes e se dão bem; são pessoas legais, que sempre pensam no bem do outro, e acho que no fundo eu queria mesmo era ser igual a eles.
No início da minha adolescência, o aspecto mais importante para mim foi a morte do meu pai; foi uma dor imensa, que achei que com o tempo ia parar, mas me enganei, quanto mais o tempo passa mais a dor aumenta.
Também porque com este acontecimento eu pude ver quem era o meu amigo de verdade; quem eu podia contar no momento mais difícil da minha vida.
Outros aspectos que marcaram minha adolescência foi minha primeira menstruação, meu primeiro beijo, bat-mitzvá, que além de terem sido superimportantes para mim foi difícil passar por eles sem ter meu pai confiar e contar, me dar conselhos e essas coisas que toda menina precisa nessas horas.
Quando eu fico sozinha eu tento me ocupar escrevendo cartas ou bilhetes, fico pensando na vida e sonhando quando eu era pequena, vejo TV e ouço rádio para me distrair, ligo para meu amigo, para me sentir querida, enfim, faço um pouco de tudo.
Hoje em dia eu me considero uma pessoa feliz, romântica e um pouco bagunceira.
Eu também não consigo me interessar por alguma coisa, que acho que eu vivo em um “mundinho” meio diferente do das outras pessoas e habilidades, eu acho que eu sei bem escrever cartas, expressar meus sentimentos, essas coisas.

Comentário da coordenadora pedagógica Maria Alice:

Talvez você tenha amadurecido mais cedo do que as suas colegas pelas perdas que teve. Por outro lado, você teve um enorme ganho que é esta visão tão legal que tem dos seus pais, da sua família, dando mais valor ainda a ela.
Desta forma, o “mundinho” que você diz viver passa a ter outras prioridades mais maduras.
De fato, você gosta e sabe escrever de uma maneira agradável e isso deve ser considerado no seu processo de escolha. Além disso, reflita sobre o que é importante para você, para o seu mundo, quais as características você destaca nas pessoas que você admita. Estes elementos te auxiliarão no processo de escolha.
Conte Comigo!Maria Alice.

Figuras de linguagem ou estilo

FIGURAS DE LINGUAGEM OU ESTILO
Figuras de linguagem são recursos usados na fala e na escrita para dar à comunicação mais força, ênfase, colorido e beleza.
1- Recursos lexicais: referem-se às palavras utilizadas.
a) Comparação: estabelece uma relação de semelhança entre dois termos comparados. Ex: O Rio de Janeiro é como um feriado.
b) Metáfora: é uma comparação implícita e mental entre os dois termos comparados. Ex: O Rio de Janeiro é um feriado. Na metáfora suprime-se a palavra comparativa (como), que estabelece a relação entre os dois seres.
Exercício:
Faça comparações e metáforas:
a) O algodão é branco. A neve é branca.
b) Esta laranja é azeda. O limão é azedo
c) Esta fruta é doce. O mel é doce.
d) Aquele juiz é frio. O gelo é frio
Comparações
Metáforas
O algodão é branco como a neve.
O algodão é uma neve.

c) Metonímia : é o emprego de uma palavra por outra, baseando-se numa relação constante entre as duas. Ex: Eu gosto de ler Vinícius. (Vinícius sendo substituído por livro).Tomamos uma Brahma. (Brahma no sentido de cerveja).

d) Catacrese: é o emprego impróprio de um termo, por não existir termo apropriado para designar certas ações, coisas ou qualidades. Ex: Embarquei no trem. Embarquei no avião. Consertei o braço da cadeira e o pé da mesa. A asa do bule está quebrada.

e) Prosopopéia (personificação): atribui qualidades, ações, características humanas a seres mortos, animais irracionais, e seres inanimados. Ex: A pequena árvore estava alegre com a chegada da primavera.

Exercícios
1- Identifique as catacreses das frases:
a) A gaivota retesou as asas. d) A boca do forno está fechada.
b) Quebraram as asas da xícara. e) Um fio de luz entrava pela janela.
c) Pescava com fio de náilon.
2- Identifique as prosopopéias:
a) As ondas lambiam a praia. c)As borboletas dançavam no ar.
b) O sol morria no horizonte.

2- Recursos semântico-pragmáticos: referem-se ao sentido das frases.
a) Eufemismo: é o emprego de palavras ou expressões suaves no lugar de expressões rudes, desagradáveis, chocantes. Ex: Ir para o reino de Deus.(= morrer), funcionário da limpeza pública. (lixeiro), Não é muito dado ao trabalho. (= preguiçoso).
b) Antítese: uso de palavras ou idéias de sentido contraditório na mesma frase ou parágrafo. Ex: Amamos, vagamente surpreendidos, pelo ardor com que estávamos unidos, nós que andávamos sempre separados.
c) Paradoxo: é uma afirmação que subverte as idéias, apresentando fatos que mantém relações incompatíveis entre si. Ex: Meu amor e meu ódio por você são iguais.
d) Ironia: dizer o contrário do que pensamos, num tom de zombaria. Ex: Que belo papel você fez na festa ontem. (papelão, fiasco).
e) Hipérbole: exagero de idéias ou sentimentos. Ex: Ele come como um elefante.
Identifique as hipérboles:
a) Pegou o carro e saiu voando estrada afora. c) Há um século que te espero.
b) Ela morria de ciúmes.

f) Elipse: é a omissão de uma ou mais palavras que deveriam constar na frase. Ex: O time deles todo no campo da gente. (O time deles estava todo no campo a gente: houve elipse do verbo estar).
g) Anáfora: repetição de uma palavra em intervalos regulares, no início de versos ou frases. Enfatizar idéias, chamar a atenção. Ex: Não troque de cara, troque de ótica, troque seus óculos na Fotóptica.
h) Gradação: apresentação de idéias em andamento crescente ou decrescente. Ex: Ele estava satisfeito, feliz, exultante.

Modernismo em Portugal (1915-.....) e no Brasil (1922 até dos dias atuais)

MODERNISMO EM PORTUGAL: 1915

No começo do século XX, o progresso tecnológico, as disputas das grandes potências por mercados de consumo, os movimentos políticos nacionalistas e a Primeira Guerra Mundial provocaram profundas transformações na sociedade européia, atingindo as artes em geral e a maneira de se olhar o novo cenário que se impunha.
Surgem, então, na Europa, várias manifestações artísticas, sob a denominação genérica de movimentos de vanguarda, que tinham posições comuns em relação às artes: liberdade, interpretação pessoal da realidade, rebeldia, ilogicidade, busca de novas formas de expressão, etc.
1- Futurismo Itália): Movimento lançado pelo poeta Marinetti, em 1909, que propunha a destruição do passado, exaltação da vida moderna, o culto da máquina e da velocidade. Enaltecimento da guerra, militarismo e patriotismo. Marinetti preconizava a destruição da sintaxe, eliminação da pontuação e abolição do adjetivo, advérbio e conjunções.
2- Cubismo (Espanha): Na pintura decompunha objetos da realidade cotidiana em diferentes planos geométricos para sugerir a estrutura global. Na poesia valorizava o subjetivismo, a ilogicidade, a frase nominal, o tempo presente e o humor. Na pintura um dos exemplos é Picasso.
3- Dadaísmo (Suíça): Movimento Dadá, lançado em Zurique, pelo romeno Tristan Tzara, em 1916. Ele reflete a atmosfera pessimista da Primeira Guerra Mundial. Pregava a destruição de todos os valores culturais da sociedade que fazia a guerra, instalando o absurdo, o ilógico e o incoerente. Buscava-se assim uma antiarte, irracional e anárquica, aproximando-se com o mundo dos loucos e das crianças.
4- Surrealismo (França): Movimento lançado na França, em 1924, valorizava o passado, buscava a emancipação total do homem fora da lógica, da razão, da família, da Pátria, da moral e da religião. Influenciados pela teoria psicanalítica de Freud, os surrealistas conferiam importância ao sonho e à exploração do inconsciente, praticando automatismo psíquico e a expressão libertada da censura e sem controle da razão.
Estes movimentos influenciaram o Modernismo brasileiro.
O marco inicial do Modernismo em Portugal foi a publicação, em 1915, da revista Orpheu. A sociedade portuguesa vivia uma situação de crise aguda e de desagregação de valores. Os modernistas portugueses respondem a este momento, agredindo o sistema com escândalo e sarcasmo. Os principais modernistas em Portugal foram:
1- Fernando Pessoa (1888-1936): Nasceu em Lisboa e viveu na África do Sul até 1905. Ele
foi um dos maiores escritores de Portugal. Seus temas são marcados pelo idealismo, nacionalismo, ceticismo, tristeza, melancolia, tédio. O aspecto mais marcante deste poeta são seus heterônimos, isto é, outros poetas que ele criou como se existissem verdadeiramente: Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos.
2- José Saramago: Nasceu m 1922, em Azinhaga, Portugal. Filho de camponeses, tornou-
se romancista, teatrólogo e poeta de expressão internacional. Recebeu o prêmio Nobel de literatura em 1998. Suas obras tornaram-se best-sellers, traduzidas para muitos idiomas, do Japão aos Estados Unidos. Adepto de ideais comunistas, Saramago envolveu-se com a vida política de Portugal e mergulhou com profundidade na cultura e civilização explorando múltiplos aspectos.
3- Mário de Sá-Carneiro: Nasceu em Lisboa em 1880. Em 1915 lança a revista Orpheu em Lisboa.
MODERNISMO BRASILEIRO: 1922 até os dias atuais
O início do Modernismo no Brasil é assinalado pela Semana de Arte Moderna, ocorrida em fevereiro de 1922, no Teatro Municipal, em São Paulo. A Semana de 22 foi o resultado de uma série de eventos, que marcaram a vida cultural brasileira nas duas primeiras décadas deste século. São eles:
1912: O retorno de Oswald de Andrade da Europa, imbuído do Futurismo, que se baseia numa vida dinâmica, voltada para o futuro, numa linha positivista e materialista.
1913: A primeira exposição do lituano Lasar Segall no Brasil, com sua pintura expressionista.
1915: A publicação em O Estado de São Paulo de dois artigos: “Urupês” e “Velha praga”, de Monteiro Lobato, em que ele condena o regionalismo sentimental e idealista.
1917: A Exposição de Anita Malfatti, em que ela apresenta o cubismo, desprezando a perspectiva convencional e representando os objetos com formas geométricas.
1920: Apresentação da maquete do Monumento às Bandeiras, de Victor Brecheret.
1921: O retorno de Graça Aranha da Europa e a publicação de “ Estética da vida” , em que ele condena os padrões da época.
Todos esses fatos ocorriam, enquanto o país passava por um período histórico conturbado, que resultaria no fim da República Velha ( 1889-1930). O ano de 1922 foi muito especial nesse contexto. Justamente no centenário da Independência, em meio a crises no cenário político e militar, intelectuais e artistas, influenciados pelas idéias da vanguarda européia, organizaram, então, a Semana da Arte Moderna, com vários eventos: sessões, conferências, manifestos, poemas, músicas, recitais, exposições de artes plásticas, quadros e esculturas com a participação de: Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Menotti Del Picchia, Graça Aranha, Ronald de Carvalho, Guiomar Novais, Heitor Villa-Lobos, Paulo Prado, etc. Iniciava-se o Modernismo no Brasil, renovando a mentalidade nacional e colocando o país na atualidade do mundo.

FASES DO MODERNISMO
O movimento modernista brasileiro passou por três fases distintas, que podemos relacionar com os acontecimentos políticos do país.

Modernismo da 1ª fase: 1922-1930 (Fase heróica)
É uma fase de definição de comportamentos e tendências, cheia de publicações de revistas e manifestos. Também na política, o Brasil passa por momentos de transformações (fim das oligarquias rurais e da política do “café com leite”), que vão culminar com a Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas sobe ao poder. É o período mais radical do Modernismo, caracterizado:
· pelo menosprezo e pela destruição de tudo o que havia sido feito anteriormente, isto é, rompimento total com o passado;
· pelos ideais anárquicos;
· por um nacionalismo exagerado;
· pelo primitivismo, isto é, pela volta às origens.
Os principais autores da primeira fase são: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Antônio de Alcântara Machado, Manuel Bandeira, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Cassiano Ricardo e Plínio Salgado.





Modernismo da 2ª fase: 1930-1945 (Fase construtiva)
Esta foi uma fase de construção, com idéias literárias inovadoras e de muita produtividade – na prosa e na poesia. Politicamente, os acontecimentos eclodem, tanto fora do país (depressão econômica, nazismo, Segunda Guerra Mundial) como aqui dentro (ditadura de Getúlio Vargas e o Estado Novo). Abrem essa fase, Mário de Andrade, com a obra “Macunaíma”, e José Américo de Almeida, com “ A bagaceira”. As características dessa fase são:
· literatura construtiva e com consciência política, que não quer negar as mudanças dessa época;
· reflexão e posterior amadurecimento das idéias da Semana de 22. A grande maioria dos autores são os mesmos da primeira fase, além de:
· Ficção regional: Érico Veríssimo, Jorge Amado, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Rachel de Queiroz;
· Romance urbano e psicológico: Marques Rebelo, Lúcio Cardoso, Octávio de Faria, José Geraldo Vieira, Cornélio Pena;
· Poesia: Carlos Drummond de Andrade, Cassiano Ricardo, Cecília Meireles, Augusto Frederico Schmidt, Jorge de Lima, Vinícius de Moraes, etc.



Modernismo da 3ª fase: 1945 até os dias atuais (Fase de reflexão)
Nessa época no Brasil é o período em que se encerra a ditadura de Getúlio Vargas e, no cenário mundial, o final da segunda Guerra Mundial.
Na literatura, os autores brasileiros fogem dos excessos iniciais da geração de 22 e já é possível vislumbrar na prosa, uma produção intimista e introspectiva, sendo Clarice Lispector a figura mais representativa desse tipo de romance. Ou uma literatura regionalista, cujo representante magistral foi Guimarães Rosa, ao registrar a psicologia, a fala e o mundo do jagunço do centro do Brasil.
Na poesia destacam-se: João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar, Ledo Ivo, Mauro Mota; além de Mário Palmério, Fernando Sabino, Osman Lins, Dalton Trevisam, etc.
Os autores modernos não fundaram propriamente uma nova escola literária, com regras rígidas. Ao contrário desvincularam-se das teorias das escolas anteriores e procuraram transmitir suas emoções, os fatos da vida atual e a realidade do país de uma forma mais livre. Percebe-se nos autores modernos um vocabulário cheio de expressões coloquiais, traduzindo a fala típica brasileira, versos livres, estilo conciso.
A partir de 1950, surgem novas tendências em poesia, como o Concretismo, o Neoconcretirmo, a Poesia-Práxis e o Poema-processo.

Realismo em Portugal (1865-1890) e no Brasil (1881-1893)

REALISMO: Portugal (1865-1890)
O desenvolvimento do movimento realista está ligado às profundas mudanças ocorridas na Europa durante a segunda metade do século XIX. O capitalismo entra em um novo estágio: de um lado, grande progresso industrial e formação de grandes empresas; de outro, uma volumosa classe operária fazendo reivindicações sociais. Essas transformações criam novas tensões sociais e, conseqüentemente, novas posições ideológicas. Nesse contexto, a Europa é agitada por novas idéias no campo da Filosofia e das ciências, o que permite um conhecimento mais amplo do ser humano.
Realismo é retratar o homem e a sociedade a partir da observação do ambiente, costumes, das atitudes, dos comportamentos, buscando as causas dos fatos e fenômenos que abordam. Ele surgiu em reação ao subjetivismo e individualismo do Romantismo. Em seu lugar surge o objetivismo.
O início do Realismo em Portugal foi em 1865, com a grande polêmica travada nos jornais, conhecida como Questão Coimbrã. A “Questão” envolvia o debate e troca de acusações entre os seguidores da escola romântica e os da nova escola realista. Os principais autores e obras do Realismo em Portugal são:
Prosa
1- Eça de Queirós: é um dos maiores prosadores da língua portuguesa. Combate as falhas da
instituições, satiriza os costumes com sutileza e graça, num estilo fluente e de vigor narrativo.
Obras: O crime do padre Amaro, O primo Basílio, Os Maias, O mandarim e outros.
2- Fialho de Almeida: A cidade do vício, O país das uvas, Contos.
Poesia
1- Antero de Quental: Optou pela poesia filosófica, metafísica, indagadora das causas dos fenômenos da consciência e da existência. Obras: Odes modernas, Versos dos vinte anos, Sonetos completos, Raios da extinta luz.
2- Cesário Verde: É chamado o “Poeta do Cotidiano”, das coisas que parecem insignificantes, comuns. Obras: O livro de Cesário Verde.
3- Guerra Junqueiro: Começa como romântico e evolui para o realismo. Obras: A musa em férias, Os simples, A velhice do Padre Eterno
4- Gomes Leal: Tem uma poesia heterogênea, sarcástica, indignada e, na última fase, voltada contra as injustiças e a corrupção social. Obras: Claridades do sul, O anti- Cristo, O fim do mundo.

REALISMO: Brasil (1881-1893)
No Brasil, as últimas décadas do século XIX refletem a crise da monarquia e a urbanização cada vez mais acentuada. O marco inicial do Realismo foi em 1881, com a publicação de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, e de “O Mulato”, de Aluísio Azevedo.
Movimentos do Realismo
Os ideais do Realismo originaram os movimentos:
1- Naturalismo: movimento que considera o ser humano como produto biológico profundamente
marcado pelo meio ambiente, pela educação, pelas pressões sociais e pela hereditariedade. Todos esses fatores determinam sua condição e comportamento. O primeiro romance naturalista brasileiro foi O Mulato”, de Aluísio Azevedo, publicado em 1881.
2- O Parnasianismo: O Realismo na poesia chamou-se Parnasianismo. Os poetas parnasianos
adotam a teoria da “Arte pela arte” e deixam transparecer, em suas obras, uma espécie de impassividade, de indiferença moral. A palavra parnasiano vem de Parnaso, nome dado na mitologia grega, a uma região onde se acreditava que morassem as musas. O Parnasianismo é um movimento anti-romântico. Procura na poesia a impessoalidade e grande cuidado com a linguagem. Tem por princípios, o culto dos aspectos formais do poema (a arte pela arte), sem envolvimento com os problemas sociais. No Brasil, o lançamento do livro “Fanfarras”, de Teófilo Dias, em 1882 é considerado o início do Parnasianismo.
Os principais parnasianos foram Olavo Bilac, Raimundo Correia, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho, o Poeta do Mar.
Os principais autores e obras do Realismo foram:
1-Machado de Assis: Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro em 1839.
Em 1897, tornou-se o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, que ajudou a fundar. Foi poeta, teatrólogo, cronista e crítico literário. É considerado o amor contista da nossa língua. Sua obra é universal, pois sua análise da alma humana refere-se a qualquer época e a qualquer povo.
· Romances: Ressureição, A mão e a luva, Helena, Iaiá Garcia, Memórias póstumas
de Brás Cubas, Dom Casmurro, Quincas Borba, Esaú e Jacó e outros.
· Contos: Contos fluminenses, Histórias da meia-noite, Páginas recolhidas e outros.
· Crônica: A semana.
· Poesias: Crisálidas, Falenas, Americanas, Ocidentais.
· Teatro: Os deuses de casaca, O protocolo, Queda que as mulheres têm pelos tolos, Quase ministro, Caminho da porta.
· Crítica: Machado de Assis exerceu a crítica literária, crítica teatral.
2-Raul Pompéia: Raul d´Ávila Pompéia nasceu em Angra dos Reis (RJ), em 1863, e faleceu
no Rio de Janeiro, com perturbações mentais, em 1895. Engajou-se na luta abolicionista e era adepto dos ideais republicanos. Sua maior obra é O Ateneu. É uma crônica de saudades, que retrata a dolorosa experiência de um menino, vivida no internato Ateneu, dirigido pelo professor Aristarco. Romance com doses naturalistas, responsabiliza o meio como de grande influência na formação do caráter. Outras obras: A mão de Luís Gama, As jóias da Coroa, Uma tragédia no Amazonas, Canções sem metro (Poemas em prosa)
3- Aluísio Azevedo: Aluísio Tancredo Gonçalves Azevedo nasceu em São Luís do Maranhão,
em 1857, e faleceu em Buenos Aires (Argentina), em 1913. Romancista, contista e cronista. Suas obras se dividem em romances românticos (escritos com objetivo comercial e dirigidos ao público) e os romances naturalistas (com valor artístico e literário). Seus temas abordam o preconceito racial, a bestialização dos homens pela sensualidade, as taras hereditárias, a corrupção clerical, os marginalizados sociais o ideal republicano, a crítica ao capitalismo e ao conservadorismo. Obras: O Mulato, Casa de Pensão, O Cortiço, O homem, O coruja.
4- Artur Azevedo: Teatro: Amor por Anexins, A Capital Federal, A jóia.
5- Inglês de Sousa; Cenas da vida amazônica. O cacaulista, O coronel sangrado, O missionário.
6- Adolfo Caminha: O bom crioulo, A normalista.
7- Manuel de Oliveira Paiva: Dona Guidinha do poço.
8- Alberto de Oliveira: Canções românticas, Meridionais, Sonetos e poemas, Versos e rimas, Livro de Ema, Ramo de Árvore.
9- Raimundo Correia: Primeiros sonhos, Sinfonias, Versos e versões, Alelulias.
10- Olavo Bilac: Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac nasceu no Rio de Janeiro, em 1865, e morreu na mesma cidade em 1918. ocupou vários cargos públicos. Foi apelidado de “Poeta Cívico”, pela campanha que fez em prol da alfabetização e do serviço militar obrigatório. Foi autor da letra do Hino à Bandeira. Obras: Panóplias, Via-Láctea, Sarça de fogo, Alma inquieta, As viagens, O Caçador de Esmeraldas, Tarde, Tratado de versificação.
11- Vicente de Carvalho: Ardentias, Relicário, Rosa, Rosa de amor, Poemas e canções.

Romantismo em Portugal (1825-1865) e no Brasil (1836-1881)

ROMANTISMO: Portugal (1825-1865) e Brasil (1836- 1881)
Romantismo é um movimento literário com novos valores estéticos, em que predominam o sentimentalismo e o idealismo. Ele surgiu na Alemanha e espalhou-se pela Inglaterra e França que o divulgou aos demais países.
As origens do Romantismo estão ligadas ao declínio da nobreza e à ascensão da burguesia européia, no final do século XVIII. As mudanças na sociedade também influenciaram na literatura.
Na Alemanha, a publicação da obra “Os sofrimentos do Jovem Werther (1774) de Goethe, deu início à fase romântica. Na Inglaterra, Walter Scott voltou ao passado medieval, com Ivanhoé (1819), valorizando o nacionalismo e romance histórico.

Características do Romantismo:
1- Cultivo das próprias tradições e valores. Rejeita-se a imitação dos gregos e latinos. Preocupam-se em retratar a nacionalidade. Os europeus buscam temas medievais e no Brasil o grande tema é o índio (indianismo).
2- Cultivo do sentimento de exaltação da natureza e o panteísmo (crença que a natureza faz parte da divindade humana). No Romantismo a natureza é significativa, companheira, refúgio. Ela forma o ambiente de sonho, fantasia, imaginação.
3- O escritor não precisa obedecer regras literárias do passado. Pode inspirar-se e criar. Tudo é pessoal, individual. O subjetivismo (o eu) toma o lugar da razão. Desenvolve-se o drama e o romance.
4- Não há mais gêneros literários fixos. A poesia escolhe ritmos e formas.
5- O escritor cria seu estilo e seu vocabulário.
6- A obra romântica é marcada de sentimentalismo, melancolia, saudade, liberdade na criação artística, individualismo, imaginação, sentimento religioso, sentimento nacionalista.

Romantismo em Portugal: 1825-1865
Em Portugal, o Romantismo desenvolveu-se em meio às lutas políticas entre D. Miguel e D. Pedro, que defendia uma constituição liberal. Muitos escritores ingressaram no exército de D. Pedro e foram exilados. O nacionalismo fazia parte da produção romântica portuguesa. O iniciador do Romantismo em Portugal foi Garret quando publicou em 1825, um longo poema intitulado Camões (espécie de biografia de Camões e seus amores). Nesta obra aparecem características românticas como: subjetivismo, culto da saudade, melancolia, solidão e outras.
Os autores românticos que se destacaram :
Garret (João Batista da Silva Leitão de Almeida Garret), com a publicação das obras, Camões, Folhas Caídas, Viagens na minha terra, Helena.
Alexandre Herculano com as obras: História de Portugal, Estudos sobre o casamento civil
Camilo Castelo Branco com as obras: Perfil do Marquês de Pombal, Memórias do Cárcere, Amor de Perdição, O que fazem as mulheres, etc.
Outros autores românticos são: Júlio Dinis, Antonio Feliciano de Castilho, João de Deus e Soares Passos.







Romantismo no Brasil: 1836-1881
O início do Romantismo está ligado com a independência do Brasil em 1822. Um momento de afirmação da nacionalidade, e que valorizava o passado histórico do Brasil.
O Romantismo começa no Brasil em 1836 com a publicação de “Suspiros poéticos e saudades”, de Gonçalves de Magalhães. Nesta época surge a revista Niterói, Revista Brasiliense de Gonçalves de Magalhães. O término do Romantismo deu-se em 1881 com a publicação da obra “Mulato”, de Aluísio Azevedo, que assinalava idéias realistas.
No Brasil nessa época havia muitos conflitos: Abdicação de D. Pedro I e as Regências, a Sabinada (1837-1838), a Balaiada (1838- 1841),a Revolução Farroupilha (1835-1845),a Revolução Praieira em Pernambuco (1848) a Guerra do Paraguai (1870). Durante este período na literatura brasileira predominou o “eu”, sentimentalismo, nacionalismo, indianismo, liberalismo.
Tendências do Romantismo
Indianismo e o nacionalismo: Valorização do índio, de nossa flora e fauna;
Regionalismo (ou sertanismo): que aborda o nosso homem do interior, caracterizando a região em que ele vive, com seu folclore, seus costumes;
O chamado Mal do século, ou byronismo: marcado pela melancolia, tristeza, sentimento de morte, pessimismo, cansaço da vida;
Realidade política e social: abolicionismo, as lutas humanitárias, sentimentos liberais, o poder agrário, a corrupção;
Os problemas urbanos, surgidos com o relacionamento indústria-operário.
No Romantismo há poetas de três gerações:
1ª geração: Obras de temática religiosa e mística, poesia da natureza, marcada por forte sentimento nacionalista. Poetas desta geração: Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias.
2ª geração: ultra-romântica: Obras que revelam acentuado individualismo e subjetivismo. É a poesia da dúvida, da desilusão, do negativismo, diante da vida (mal do século). Os poetas desta geração são chamados byronianos, graças a influência de lorde Byron, poeta inglês que cultivou a temática do amor e morte. Outros autores: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire, Fagundes Varela.
3ª Geração (condoreira): O nome provém de condor, ave que voa a grande altitude. A poesia condoreira busca palavras de sentimento vasto e elevado, de grande força expressiva, traduzindo a idéia de imensidão e infinito. Os temas são: abolicionismo e natureza social. Os poeta que se destaca é Castro Alves. Alguns autores se destacaram na ficção (prosa romântica), com o romance, uma nova forma de narrativa:
a) Romance indianista: a natureza brasileira é cenário deste tipo de romance, que faz dos
indígenas, as personagens centrais da trama, geralmente fantasioso e poetizada. Autor: José de Alencar.
b) Romance urbano: ambientado na Corte do Rio de Janeiro, constitui um registro da moral e dos
costumes da sociedade burguesa do segundo Império. Autores: José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo e Manuel Antônio de Almeida.
c) Romance regionalista: surgido nos fins do Romantismo, retrata os costumes,as crenças,
linguagem e a geografia das diversas regiões do país. Autores: José de Alencar, Bernardo Guimarães, Franklin de Távora e Visconde de Taunay.
d) Romance histórico: encontra seus temas e personagens na sociedade fidalga dos tempos
coloniais. Bandeirantes e aventureiros se destacam na reconstituição imaginosa de nosso passado histórico. Autores: José de Alencar.
No teatro destacam-se as tragédias, dramas, e comédias de costumes que integram a produção
teatral do período romântico. Autores: Martins Pena, José de Alencar, Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães.